Os sinais de avanço nas conversas entre China e Estados em busca de um acordo comercial movimento o mercado internacional de soja nesta semana. O assunto suplantou até mesmo o tão aguardado relatório de setembro do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

Durante a semana, o presidente americano Donald Trump anunciou que o aumento nas taxas em vigor aplicadas à China foi adiado de 1º para 15 de outubro. Em contrapartida, o governo chinês incluiu a soja na lista de exceções tarifárias.

A expectativa de retomada das compras chinesas no mercado americano impulsionou as cotações futuras em Chicago. Ontem, a especulação era de que 600 mil toneladas haviam sido transacionadas. Na sexta, o USDA confirmou a aquisição de 204 mil toneladas da China junto a importadores privados americanos.

Os contratos com entrega em novembro tiveram alta de 4,4% na semana, fechando a quinta a US$ 8,95 ½ em Chicago. A alta externa teve pouco impacto no mercado brasileiro, devido à desvalorização de 0,51% acumulada pelo dólar comercial no período, recuando para R$ 4,06.

A movimentação interna perdeu ritmo na semana e os preços oscilaram entre estáveis e mais baixos. O principal fator de pressão no Brasil foi a queda nos prêmios de exportação. Ontem, a referência para outubro caiu para 75 pontos para 100 pontos acima de Chicago. No início da semana, o prêmio era de 110 a 120 acima.

Após ameaçar atingir a marca de R$ 90,00 a saca no mês passado, a cotação em Paranaguá recuou de R$ 86,00 para R$ 85,00 ao longo da semana. Com isso, a comercialização perdeu ritmo, após ter apresentado um bom avanço em agosto.

USDA

O relatório de setembro do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicou safra americana de soja abaixo do relatório anterior, mas acima da estimativa do mercado. Os estoques de passagem foram cortados para a temporada 2019/20.

A produção 2019/20 está estimada em 3,633 bilhões de bushels, ou 98,87 milhões de toneladas. O mercado esperava uma safra de 3,596 bilhões ou 97,86 milhões de toneladas. No relatório de agosto, a previsão era de 3,680 bilhões de bushels ou 100,15 milhões de toneladas. Para 2018/19, a previsão foi mantida em 4,544 bilhões ou 123,6 milhões de toneladas.

Os estoques finais em 2019/20 estão projetados em 640 milhões de bushels, o equivalente a 17,42 milhões de toneladas, enquanto o mercado apostava em número em torno de 17,996 milhões. No relatório anterior, a previsão era de 755 milhões de bushels ou 20,55 milhões de toneladas.

Para 2018/19, o USDA reduziu sua projeção de 1,07 bilhão de bushels – 29,1 milhões para 1,005 bilhão de bushels – 227,35 milhões de toneladas. O mercado apostava em 1,043 bilhão de bushels ou 28,38 milhões de toneladas.

O relatório projetou safra mundial de soja em 2019/20 de 341,39 milhões de toneladas. No relatório anterior, a previsão era de 341,83 milhões.

Os estoques finais estão estimados em 99,2 milhões de toneladas. O mercado esperava por estoques finais de 101,6 milhões de toneladas. Em agosto, a previsão era de 101,7 milhões.

A projeção do USDA aposta em safra americana de 98,87 milhões de toneladas, contra 100,16 milhões previstos em agosto. Para o Brasil, a previsão é de uma produção de 123 milhões de toneladas. A Argentina deverá produzir 53 milhões de toneladas.

A produção em 2018/19 teve sua projeção indicada em 362,07 milhões de toneladas. Os estoques finais foram reduzidos de 115,5 milhões para 112,41 milhões de toneladas. O mercado apostava em número de 114,1 milhões de toneladas.

A safra brasileira foi mantida em 117 milhões de toneladas, enquanto a produção argentina teve sua estimativa cortada de 56 milhões para 55,3 milhões de toneladas.

A estimativa para as importações chinesas em 2019/20 foi mantida em 85 milhões de toneladas. No ano anterior, o número foi de 83 milhões de toneladas.

Fonte: Agência SAFRAS


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