O aporte nutricional é fundamental para a boa produtividade de uma lavoura, e com o milho não é diferente. Um dos nutrientes exigidos em maiores quantidade pela planta de milho é o nitrogênio, nutrientes esse que basicamente é fornecido por meio da matéria orgânica do solo ou aporte nutricional pela utilização de fertilizantes nitrogenados.

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Contudo, a utilização de fertilizantes nitrogenados implica em maiores custos de produção do milho, porém é necessário suprir as necessidades nutricionais da cultura para alcanças boas produtividades. Em Live na página do Mais Soja o Professor da Universidade Federal de Santa Maria e coordenador do Grupo de pesquisas Coxilha, Thomas Martin aborda um o tema “Pilares de inoculação em milho” dando destaque ao Azospirillum brasilense. Segundo HUNGRIA (2011), essas bactérias tem a capacidade de realizar a fixação de Nitrogênio quando em condições de associação com gramíneas como trigo e milho, além disso, o Azospirillum brasilense atua na promoção do crescimento radicular das plantas associadas à bactéria.

Conforme mencionado por Thomas, há várias formas possíveis de uso do Azospirillum brasilense, podendo ser utilizado na inoculação de sementes, aplicado no sulco de semeadura ou até mesmo por meio de pulverizações. No entanto o professor destaca que é fundamental tentar aproximar ao máximo a semente de milho da bactéria, uma vez que devido ao pequeno tamanho do Azospirillum brasilense, uma pequena distância de 1 cm por exemplo, caso o tamanho da bactéria fosse comparado ao tamanho de um carro popular, representaria uma distância média de 5 km para que essa bactéria alcançasse a semente, ou seja, quando maior a distância entre a bactéria e a sementes, maiores esforços são necessários por parte da bactéria para alcançar a semente s dar início ao processo de associação.

Figura 1. Thomas destaca a importância da correta alocação do Azospirillum brasilense.

Conforme mencionado por Thomas, melhores resultados do uso do Azospirillum brasilense são observados quando realizada a inoculação no sulco de semeadura. Informação confirmada por MORAIS etç al, (2016) onde os autores observaram que quando realizada a inoculação de Azospirillum brasilense no sulco de semeadura, menores quantidades de Azospirillum brasilense são necessárias para alcançar boa eficiência da associação, proporcionando boa produtividade do milho.

Figura 2. Produtividade de plantas de milho sob diferentes doses de Azospirillum brasilense, com a aplicação de 40 kg.ha-1 de nitrogênio.

Adaptado: MORAIS et. al, (2016).

Os autores ainda observaram que as doses de 200 mL.ha-1 de inoculante proporcionaram os melhores resultados de produtividade de milho, quando inoculado com Azospirillum brasilense, no sulco de semeadura.

O professor Thomas ainda comenta das diferenças entre plântulas inoculadas e não com Azospirillum brasilense, sendo que as sementes inoculadas apresentam plântulas com maior desenvolvimento radicular e consequentemente maior resistência a estresses bióticos e abióticos.

Figura 3. À esquerda, semente de milho não inoculada com Azospirillum brasilense, a direita semente de milho inoculada com Azospirillum brasilense.

Fonte: MÜLLER (2014).

Além da promoção do crescimento radicular em estádios iniciais do desenvolvimento da cultura, os reflexos da inoculação com Azospirillum brasilense se estendem a estádios mais avançados do desenvolvimento do milho, proporcionando melhores condições de resistência das plantas e consequentemente maior produtividade da cultura.

Figura 4. Planta de milho que não recebeu inoculação com Azospirillum brasilense e planta que foi inoculada.

Foto: Total Biotecnologia.

Além dos benefícios no crescimento e desenvolvimento das plantas, Thomas destaca que a utilização do Azospirillum brasilense proporciona o aumento da produtividade do milho e uma redução significativa nos custos de produção relacionados a utilização de fertilizantes nitrogenados.

Figura 5. Comparação entre uso e não de Azospirillum brasilense em cultivo de milho e a representação esquemática do aumento de produtividade (média dos tratamentos com Azospirillum brasilensem em comparação a não utilização da bactéria) e a redução dos custos de produção relacionados a aquisição de ureia.

Note que conforme destacado por Thomas a utilização da inoculação pode proporcionar aumentos significativos na produtividade do milho a um custo relativamente pequeno. Além disso, a versatilidade do Azospirillum brasilense proporciona uma ampla faixa de pH para utilização da bactéria, sem que haja grandes perdas de eficiência na promoção do crescimento radicular.

 Thomas também chama atenção para o uso de Bacillus subtilis e B. megaterium, promissoras bactérias que possuem características de auxiliarem no crescimento radicular e podem estar relacionados a solubilidade de fósforo no solo, aumentando a disponibilidade do nutriente para absorção pelas plantas.

Confira abaixo a Live onde Thomas aborda o tema e confira as dicas do Professor para aumentar s produtividade do milho.

https://www.facebook.com/maissoja/videos/272246320498208/


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Referências:

HUNGRIA, M. INOCULAÇÃO COM AZOSPIRILLUM BRASILIENSE: INOVAÇÃO EM RENDIMENTO A BAIXO CUSTO. Embrapa, documentos, n. 325, 2011.

MORAIS, T. P. INOCULAÇÃO DO MILHO COM AZOSPIRILLUM BRASILENSE NO SULCO DE SEMEADURA. Rev. Ciênc. Agron., v. 47, n. 2, p. 290-298, 2016.

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