O milho é uma das principais culturas implantadas no território brasileiro, sendo o Brasil o 3º maior produtor desta cultura, ficando apenas atrás da China e dos Estados Unidos. Este grão é utilizado tanto para alimentação humana quanto para a animal, sendo a última responsável por cerca de 80% do destino da produção mundial.

A produtividade do milho pode ser reduzida significativamente quando atacado por doenças, podendo-se citar as bacterioses que vem ocorrendo com elevada frequência na safra 2023/2024. Um dos motivos pelo alto aparecimento desta doença é pela sua facilidade de disseminação, podendo ser via sementes, pelo vento, água da chuva e água de irrigação, sendo que a mesma é capaz de sobreviver em plantas daninhas e restos culturais da lavoura, levando a contaminação da bactéria para anos seguintes (ARIAS et al., 2020).

A estria bacteriana é causada pela Xanthomonas vasicola pv vasculorum, no qual apresenta seus primeiros sintomas nas folhas, aparecendo inicialmente lesões que se alonga, formando estrias entre o período de duas a três semanas, depois chegam ao formato retangular, sendo que ocorre variação no comprimento, entre 2 e 3 mm. Além disso, sua ocorrência é nas nervuras da folha, podendo ser perto da nervura central ou através da lâmina da folha, apresentando coloração castanho, marrom ou laranja. Entretanto, quando essas folhas lesionadas são colocadas contra a luz, elas apresentam halos amarelos longos.

Segundo Adriano Custódio, fitopatologista do IAPAR (Pesquisadores do Instituto Agronômico do Paraná), “os sintomas da estria-bacteriana-do-milho podem ser observados em plantas jovens, no estágio vegetativo de 7 folhas. Além disso, as lesões necróticas podem se expandir, cobrindo grande área foliar, e disseminar a bactéria para as folhas inferiores. Em casos mais severos, em híbridos altamente suscetíveis, as lesões podem tomar significativa área foliar”.

Fonte: Senar

As condições mais favoráveis para o desenvolvimento desta doença são temperaturas entre 10 a 37 ºC, porém, ocorre com maior intensidade em temperaturas de 28 ºC, sendo estas, encontradas facilmente no clima brasileiro (ORTIZ-CASTRO, 2019).

Para que esta bacteriose não traga danos a produtividade do milho, se faz necessário realizar alguns manejos para prevenir e controlar este patógeno. Como métodos de controle e prevenção pode citar o uso de cultivares resistentes, escolha da melhor época de semeadura, rotação de culturas, utilização de sementes tratadas e de boa qualidade, controle de irrigação, população de plantas adequadas e uso correto de produtos químicos (SABATO et al., 2013; WORDELL FILHO et al., 2016).

Diante disso, evidencia-se a importância do monitoramento e métodos de prevenção e controle das lavouras de milho, além de ficar atento às condições ambientais favoráveis para o desenvolvimento da doença, visto que a contaminação pode se desenvolver nos mesmos campos por anos seguintes se as bactérias estiverem disponíveis e as plantas suscetíveis forem cultivadas, sendo que, os fungicidas normalmente não são eficientes no controle dessa doença. Portanto, a identificação correta da estria bacteriana do milho e a utilização de moléculas químicas com comprovada ação contra a bactéria são importantes aspectos a serem considerados para evitar a aplicação desnecessária de produtos que não teriam eficiência no seu controle.

Por: Grazieli Greth Sperling e Igor Streit acadêmicos do curso de Agronomia da UFSM, campus Frederico Westphalen, membros do Programa de Educação Tutorial – PET Ciências Agrárias, sob acompanhamento do tutor, professor Dr. Claudir José Basso.



ARIAS, S. L.; BLOCK, C. C.; MAYFIELD, D. A.; SANTILLANA, G.; STULBERG, M. J.; BRODERS, K. D.; JACKSON-ZIEMS, T. A.; MUNKVOLD, G. P. Occurrence in seeds and potential seed transmission of Xanthomonas vasicola pv. vasculorum in maize in the United States. Phytopathology, v. 110, n. 6, p. 1139-1146, 2020. Disponível em: <https://apsjournals.apsnet.org/doi/epdf/10.1094/PHYTO-08-19-0306-R>, acesso em: 24/11/2023.

GABRIEL. Sintomas e diagnóstico da estria bacteriana na folha do milho. Dia Rural, 2021. Disponível em: <https://diarural.com.br/sintomas-e-diagnostico-da-estria-bacteriana-na-folha-do-milho>, acesso em: 24/11/2023.

ORTIZ-CASTRO, M. O.; HARTMAN, T.; COUTINHO, T.; LANG, J. M.; KORUS, K.; LEACH, J. E.; JACKSON-ZIEMS, T.; BRODERS, K. Current understanding of the history, global spread, ecology, evolution, and management of the corn bacterial leaf streak pathogen, Xanthomonas vasicola pv. vasculorum. Phytopathology, v. 110, n. 6, p. 1124- 1131, 2020. Disponível em: <https://apsjournals.apsnet.org/doi/epdf/10.1094/PHYTO-01-20-0018-PER>, acesso em: 27/11/2023.

SABATO, E. O.; PINTO, N. F. J. A.; FERNANDES, F. T. Identificação e controle de doenças do milho. 2. ed. Brasília: EMBRAPA, 2013. Disponível em: <https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/107246/1/Doencas-do-milho.pdf>, acesso em: 27/11/2023.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.