A Epagri e a Secretaria da Agricultura de SC realizaram evento on-line para apresentar as estimativas para a safra de verão 2020/21 em Santa Catarina. Esse ano a apresentação teve novidades, com a inclusão da maçã, da banana e da mandioca, e também da previsão climática para os próximos três meses. De modo geral, a indicação é de crescimento nas principais culturas agrícolas do Estado, na comparação com o ciclo 2019/20.
Algumas características vão marcar a próxima safra de verão, entre elas o mercado aquecido para as principais culturas. O aumento do recurso disponível para a safra e a redução dos juros também foram ressaltados pela analista, que chamou atenção ainda para a elevação dos custos de produção, causada pelo impacto do dólar alto nos produtos que utilizam insumos importados.
No arroz, se as estimativas se confirmarem, o arroz deve chegar ao final da safra 2020/21 com uma produtividade de 8.418 kg/ha, aumento de 0,32% em relação ao último ciclo agrícola. O total produzido esperado é de 1.258.123t. Na safra 2019/20 o grão já alcançou produtividade acima média, quando ficou em 8.391kg/ha.
O feijão primeira safra pode trazer surpresas, caso os preços pagos ao produtor permaneçam em alta. Segundo a Epagri/Cepa, essa cultura enfrenta média histórica de queda de -7,17% na área plantada a cada ano. Contudo, para safra 2020/21 a expectativa é de que a área plantada caia apenas -0,8% em relação ao período anterior. Se o cenário se confirmar, a quantidade produzida do grão deve chegar a 72.553t, volume 15,36% superior a safra 2019/20. A produtividade deve crescer 16,29% entre uma safra e outra.
A soja deve encerrar a safra de verão com uma produção de 2.456.005t, índice 7,02% maior que no ciclo 2019/20, mas ainda inferior à média de crescimento anual, que é de 10,85%. A produtividade desde crescer 6,87% entre uma safra e outra, encerrando o ciclo em 3.575kg/ha.
O milho grão primeira safra deve ter a área de plantio aumentada em 3,14%, o que contraria uma tendência histórica de queda média anual de -4,28%, espaço que vinha sendo perdido para a soja. Mais uma vez, a explicação é o preço elevado no mercado. Caso as expectativas se confirmem, o total produzido vai ficar em 2.827.170t, superando em 12,31% o total produzido no ciclo passado. A produtividade deve ser de 8.532Kg/ha, índice 8,9% maior que no ciclo 2019/20, o que representa uma recuperação de perdas da safra passada.
No caso do milho silagem, a área plantada vem crescendo historicamente à taxa média de 13,6% ao ano. A quantidade produzida deve ser 7,29% maior do que na safra 2019/20 e a produtividade vai crescer 5,93% neste período.
A batata deve enfrentar queda de -11,43% na quantidade produzida em relação à safra anterior, acompanhada de diminuição de -7,81% na área plantada. A produtividade do tubérculo deve cair -3,92% entre as duas safras.
Embora ainda ocupe uma área pequena, o tomate vem ganhando espaço no Estado, com crescimento médio anual 7,87% na área plantada. A quantidade produzida na próxima safra deve ficar em 149.388t, volume 5,19% maior do que o registrado em 2019/20. A produtividade vai sofrer uma pequena queda de -1,76%.
Para a próxima safra, a Epagri incluiu nas estimativas a mandioca indústria e de mesa. Como é a primeira vez que a safra será medida, não há dados comparativos com períodos anteriores. A mandioca indústria deve encerrar o ciclo com 149.617t produzidas em 6.525ha e produtividade de 22.801kg/ha. A mandioca de mesa vai ter área plantada de 8.345ha, que devem produzir 162.236t, num índice de produtividade de 19.441Kg/ha.
A banana é uma importante cultura para agricultura familiar. A caturra deve fechar o ciclo 2020/21 com 632.009t produzidas, volume 1,54% maior que na safra anterior. A banana-prata deve ter aumento de 16,58% na produção, apesar da queda de -1,83% na área plantada. Ao final da safra 2020/21 Santa Catarina deve ter produzido 127.995t de banana-prata.
No caso da maçã-fuji, o destaque será o crescimento de 10,38% na área plantada, o que supera o aumento histórico de 2,22% ao ano. Como reflexo, a quantidade produzida vai ser 16,11% maior, num total de 292.634t. A produtividade vai ficar em 33.976kg/ha, crescimento de 5,19%, o que contraria a média histórica de queda de -1,43% ao ano.
A maçã-gala também verá a área de colheita crescer expressivamente, numa variação de 20,42% entre a safra 2019/20 e a posterior. Assim, a quantidade produzida vai crescer 14,5%, apesar da expectativa de queda de -5,21% na produtividade. Ao final da próxima safra de verão espera-se que Santa Catarina tenha produzido 353.923t de maçã-gala.
A Epagri/Cepa também fez a estimativa para a maçã precoce, cuja cultura está em crescimento acelerado no Estado. A expectativa é de que na safra 2020/21 Santa Catarina produza 82,41% a mais dessa fruta do que no ciclo anterior, encerrando a safra com 22.918t colhidas. Historicamente, essa produção vinha crescendo 5,65% ao ano, reflexo do aumento de anual médio de 6,53% na área plantada.
Em relação ao clima, a tendência de confirmação do La Niña na primavera foi o destaque da apresentação de Gilsânia Cruz, meteorologista do Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia de SC (Epagri/Ciram). Ela informou que, em decorrência do fenômeno, a previsão climática para setembro, outubro e novembro indica chuva variando entre normal a abaixo da média, com distribuição irregular no tempo e no espaço. A temperatura deve ficar acima do normal para o período.
Fonte: Epagri