Danos e sintomas
É consenso que a ferrugem-asiática, causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi é uma das mais preocupantes e devastadoras doenças que acometem a soja. Os danos variam em função da suscetibilidade da cultivar e período de ocorrência da doença, no entanto, em casos mais extremos podem chegar a 90%.
Os sintomas iniciais da doença são pequenas lesões foliares, de coloração castanha a marrom-escura. Na face inferior da folha, pode-se observar urédias (figura 1) que se rompem e liberam os uredosporos. Plantas severamente infectadas apresentam desfolha precoce, que compromete a formação, o enchimento de vagens e o peso final do grão (Godoy et al., 2024).
Figura 1. Urédias de ferrugem-asiática em soja.
Como principais consequências da ferrugem-asiática, tem-se a drástica redução da área foliar da planta, comprometendo sua capacidade fotossintética, e consequentemente a produção de fotoassimilados para os grãos, afetando negativamente a produtividade da cultura.
De acordo com Prado et al. (2010), a produtividade da soja decresce a medida em que há o aumento da severidade da doença, representada pela área abaixo da curva de progresso da ferrugem (AACPF).
Figura 2. Efeito da severidade de Phakopsora pachyrhizi representada pela área abaixo da curva de progresso da ferrugem (AACPF) na produtividade da cultura da soja.
Boas práticas
Considerando o drástico impacto da ferrugem-asiática sobre a produtividade da soja, bem como o rápido desenvolvimento da doença, que pode ocorrer em qualquer estádio do desenvolvimento da soja; o manejo da ferrugem deve ser foco no programa fitossanitário das lavouras de soja, especialmente sob condições ambientais favoráveis ao desenvolvimento do patógeno.
Conforme orientações de manejo do Comitê de Ação a Resistência a Fungicidas (FRAC-BR), para um manejo eficiente da ferrugem-asiática na soja, deve-se realizar uma boa dessecação; respeitar o período de vazio sanitário da soja e os calendários de plantio e eliminar plantas de soja voluntárias nos arredores das suas propriedades.
Embora o progresso da doença possa ser monitorado (figura 3), no geral, as orientações de manejo recomendam aplicar fungicidas de forma preventiva, respeitando os intervalos corretos; fazer uso de uma boa tecnologia de aplicação; rotacionar e associar diferentes grupos químicos de fungicidas, além de utilizar fungicidas multissítios no sistema (FRAC-BR).
Figura 3. Escala diagramática para estimar a severidade da ferrugemasiática da soja (Phakopsora pachyrhizi) em folhas de soja. Os números representam o percentual (%) de área foliar mostrando os sintomas da doença, abrangendo área clorótica e necrótica.
Consórcio Antiferrugem
Como ferramenta complementar de manejo, o Consórcio Antiferrugem traz atualizações e alertas da ocorrência dos casos de ferrugem-asiática no Brasil durante a safra. As regiões próximas a áreas relatadas com a ocorrência da doença devem receber atenção especial para o controle da ferrugem. Nesse sentido, o Consórcio Antiferrugem auxilia produtores no monitoramento dos casos de ferrugem. Clique aqui e confira.
Além de atuar preventivamente e das boas práticas agronômicas, o posicionamento adequado de fungicidas é indispensável para a manutenção do potencial produtivo da soja.
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Veja mais: Eficiência de fungicidas no controle da ferrugem-asiática na safra 2023/24
Referências:
FRAC-BR. MEDIDAS ESSENCIAIS CONTRA A FERRUGEM ASIÁTICA EM SOJA. Comitê de Ação a Resistência a Fungicidas, 2020. Disponível em: < https://www.frac-br.org/post/medidas-essenciais-contra-a-ferrugem-asi%C3%A1tica-em-soja >, acesso em: 27/09/2024.
FRANCESCHI, V. T. DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE UMA NOVA ESCALA DIAGRAMÁTICA PARA ESTIMAR A SEVERIDADE DE FERRUGEM ASIÁTICA DA SOJA. Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Dissertação de Mestrado, 2017. Disponível em: < https://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/24742/1/ferrugemasiaticasoja.pdf >, acesso em: 27/09/2024.
GODOY, C. V. et al. EFICIÊNCIA DE FUNGICIDAS PARA O CONTROLE DA FERRUGEM ASIÁTICA DA SOJA, Phakopsora pachyrhizi, NA SAFRA 2023/2024: RESULTADOS SUMARIZADOS DOS ENSAIOS COOPERATIVOS. Embrapa, Circular Técnica, n. 206, 2024. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/doc/1165843/1/CT-206-Claudia-Godoy.pdf >, acesso em: 27/09/2024.
PRADO, E. P. et al. VALOCIDADE DO AR EM BARRA DE PULVERIZAÇÃO NA DEPOSIÇÃO DA CALDA FUNGICA, SEVERIDADE DA FERRUGEM ASIÁTICA E PRODUTIVIDADE DA SOJA. Summa Phytopathol, 2010. Disponível em: < https://www.scielo.br/j/sp/a/x6nFvyyHFkDLWVYtFbTz5fb/?format=pdf&lang=pt >, acesso em: 27/09/2024.