pH no solo

O pH do solo exerce influência direta sobre a disponibilidade dos nutrientes no solo (figura 1) e sobre a eficiência dos fertilizantes utilizados na agricultura (pH). Resultados de pesquisa demonstram que, dependendo do adubo e nutriente, a eficiência do insumo sob condições inadequadas de pH pode ser inferior a 27% (figura 2). Para cada cultura agrícola, há um pH de referência, cujas práticas de manejo, especialmente com relação a calagem, são embasadas.

Exceto para o arroz irrigado, as demais culturas de grãos têm como pH de referência o valor de pH 6,0. Entretanto, os maiores efeitos da acidez que limitam a produção vegetal aparecem quando o valor do pH do solo é menor que 5,5, quando então é recomendada a aplicação de calcário (Santos et al., 2016).

Figura 1. Disponibilidade de nutrientes no solo em função do pH do solo.

Figura 2. Eficiência de Adubos em função do pH do solo.

Com isso em vista, corrigir o pH do solo é tão importante para aumento da disponibilidade dos nutrientes para as plantas, quanto para o aumento da eficiência dos fertilizantes adicionados ao sistema de produção, reduzindo o desperdício e potencializando o crescimento vegetal.

Intervalo entre calagem e semeadura

Conte et al. (2019) destacam que a melhor época para a amostragem de solo é após a colheita da safra de verão ou da safrinha, para permitir que os resultados sirvam de base para a aplicação de calcário e correção da acidez do solo até o início da safra de verão seguinte. Deve-se considerara que, quando adicionado ao solo, o calcário demorar para agir neutralizando o alumínio tóxico e elevando o pH do solo.

O tempo de reação depende de alguns fatores, entre eles a granulometria e a reatividade do calcário, bem como a umidade no solo. Sendo assim, após a coleta do solo, o envio da amostra para o laboratório, o cálculo das quantidades necessárias de calcário e a aplicação no solo, são necessários em torno de 100 dias para que ocorra a reação do calcário no solo (Conte et al., 2019). Nesse sentido, recomenda-se que a calagem seja feita pelo menos três meses (90 dias) antes da semeadura da cultura foco do manejo (Sfredo, 2008), para assegurar a eficácia do processo de correção do solo.

Frequência e duração da calagem

A frequência da realização da calagem varia em função da dose e o residual do calcário aplicado anteriormente, bem como com o tipo de solo, de planta cultivada e do sistema de manejo empregado (Santos et al., 2016). O Calcário possui efeito residual no solo, entretanto, o residual da calagem varia de acordo com as propriedades físico-químicas do solo, definidas como poder tampão. Em geral, quanto maior o teor de argila do solo, maior será a dose de calcário aplicada e o efeito residual da calagem (Conte et al., 2019).

Para verificar a necessidade de calagem é necessário realizar o monitoramento e acompanhamento das condições químicas do solo, por meio da análise química da fertilidade do solo, sendo mais aconselhada, a amostragem após a colheita das culturas de verão. A calagem deve ser realizada sempre que os níveis de forem inferiores ao pH de referência para a cultura. Em sistema plantio direto consolidado, recomenda-se que pH do solo seja corrigido sempre que o pH for inferior a 5,5 ou quando a saturação de bases for menor que 65%.


Veja mais: Entressafra é momento oportuno para manejo da compactação do solo



Referências:

CONTE, O. et al. CALAGEM E ADUBAÇÃO. Embrapa, Soja: O produtor pergunta, a Embrapa responde. Coleção 500 perguntas 500 respostas, cap. 7, 2019. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/208388/1/500-PERGUNTAS-Soja-ed-01-2019.pdf >, acesso em: 15/04/2024.

SANTOS, D. R. et al. DIAGNÓSTICO DA ACIDEZ E RECOMENDAÇÃO DA CALAGEM. Comissão de Química e Fertilidade do Solo – RS/SC, Manual de Calagem e Adubação para os Estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, cap. 5, 2016. Disponível em: < https://www.sbcs-nrs.org.br/docs/Manual_de_Calagem_e_Adubacao_para_os_Estados_do_RS_e_de_SC-2016.pdf >, acesso em: 15/04/2024.

SFREDO, G. J. CALAGEM E ADUBAÇÃO DA SOJA. Embrapa, Circular Técnica, n. 61, 2008. Disponível em: < https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/470943/1/circtec61.pdf >, acesso em: 15/04/2024.

 

 

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