Os preços pouco atrativos da oleaginosa e as incertezas quanto ao clima frearam as aquisições de fertilizantes para a safra 2024/2025. Segundo o acompanhamento realizado pelo projeto Campo Futuro, na média entre as principais regiões produtoras do país, no fechamento de abril, cerca de 38% dos fertilizantes para a próxima safra haviam sido comprados, ritmo semelhante à safra 2023/2024, porém bem abaixo das safras 2021/2022 e 2022/2023 quando, nesse mesmo período, a aquisição do insumo já havia superado 64% e 66%, respectivamente. Para os próximos meses, com o aumento da demanda por fertilizantes para a safra de verão e sem muito espaço para novas quedas, a tendência é que os produtores intensifiquem as compras.
Grãos – Preços do arroz seguem em alta devido à escassez “artificial” e os do trigo seguem firmes em decorrência do cenário externo. Os preços do trigo estão subindo significativamente tanto nos mercados externos quanto no interno. No mercado internacional, os agentes estão atentos ao clima adverso em importantes regiões produtoras da Rússia, o maior exportador mundial de trigo. Esse cenário gera preocupações em relação à oferta global do cereal. O indicador Cepea para o trigo acumula média de R$ 89,11 saca de 60 kg, aumento de 6,7% em relação a maio e já são as maiores desde meados de 2023. Para o arroz, os preços também seguem em alta no mercado brasileiro.
Antes da tragédia no Rio Grande do Sul, as demandas interna e externa já estavam aquecidas sustentando as cotações. Toda a polêmica gerada com a intervenção do governo reforçou a oscilação de preços e o menor ritmo de negócios, deixando o mercado receoso sobre o futuro do mercado do arroz. O indicador Cepea acumula média de R$ 118,80 saca de 50 kg, 4% superior ao fechamento de maio.
Grãos – Nos EUA, as lavouras de milho estão em boas condições. Os dados de progresso de plantio foram divulgados nesta segunda-feira (3) pelo USDA. Houve um bom progresso no plantio de milho (91%), com ritmo à frente do progresso da média de cinco anos (89%). Boas condições foram reportadas em 75% das lavouras contra 64% do ano passado. Para a soja, 78% da área prevista foi semeada, contra 73% da média de cinco anos e 89% do ano passado. O mercado deve ficar cada vez mais atento ao clima visto que a tendência é de chuvas volumosas para as próximas semanas, podendo trazer quadros pontuais de excesso de água no solo, principalmente na região Sul que envolve os estados do Texas, Kansas, Louisiana até a Florida.
Grãos – Embarques de soja perdem ritmo em maio, mas batem recorde nos primeiros cinco meses.
Segundo dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Economia, as exportações de soja em grão no período de janeiro a maio totalizaram 50,2 milhões de toneladas, 2,4% superior ao mesmo período de 2023. Ao considerar apenas maio de 2024, há queda de 13,7% ante o mesmo mês do ano passado. Embora a quantidade escoada tenha crescido, as receitas de janeiro a maio caíram 17,9%, visto que a oleaginosa está sendo exportada por um preço menor. Os embarques de milho até maio totalizaram 7,5 milhões de toneladas, 29,2% inferior em relação ao mesmo período de 2023. As importações de trigo cresceram 57,4%, totalizando 2,7 milhões de toneladas no acumulado, com a necessidade de abastecimento dos moinhos com trigo de boa qualidade, enquanto as exportações, principalmente de trigo feed, cresceram 19,9%, somando 2,4 milhões de toneladas. Para o arroz, as importações continuam aquecidas, com a internalização de 510 mil toneladas no período, crescimento de 15% e redução de 37% nas exportações (362 mil toneladas).
Fonte: CNA – Panorama do Agro – Ed. 21 – Semana de 3 a 7 de junho