A Canola (Brassica napus L. var olerífera) é uma planta do grupo das crucíferas que nos últimos anos passou a ser apontada como a terceira oleaginosa mais produzida no Brasil. Sua produção é destinada em sua maioria para a fabricação de óleos, biodiesel e também de rações, tendo sua produção concentrada principalmente na região sul do País, embora já com estudos mais avançados também na região centro-oeste.
Estudos sobre a canola cresceram apenas a partir da década de 70, mas seu cultivo vem crescendo a cada ano devido aos bons resultados obtidos com relação à produtividade, além de ser uma excelente alternativa de rotação para o inverno nos sistemas de produção de grãos com culturas tradicionais como a soja e o milho. Porém vale aqui fazer um alerta com relação ao cultivo da canola quando a soja vem em sucessão principalmente em regiões de maior altitude onde essa sucessão pode potencializar o aparecimento da Sclerotinia sclerotiorum (mofo branco) na cultura da soja.
Se tratando de cultivo, no Brasil apenas são utilizadas cultivares de primavera, pois mesmo em regiões mais frias não se consegue atingir o acúmulo de horas de frio necessárias para estas cultivares, diferentemente do que acontece nos países europeus em que a maior parte do cultivo é feito com cultivares invernais, semeadas no outono e colhidas no verão.
De acordo com pesquisa da Embrapa trigo, a canola deve ser incluída em um esquema de rotação com a culturas do trigo devido ao benefício na redução de doenças para as duas culturas. Pensando nessa questão de doenças, não é interessante o cultivo da canola por dois anos consecutivos na mesma área, evitando doenças como a canela-preta e a sclerotinia como já colocado anteriormente.
Quanto às condições de solo, a canola pode ser cultivada com o mesmo preparo e forma de manejo de solo utilizado para as demais culturas de grãos. Com relação aos nutrientes, ela requer mais cuidado com o nitrogênio, já que sua necessidade é maior que a maioria das culturas, onde a deficiência desse nutriente pode ocasionar reduções consideráveis na sua produtividade de grãos, e seu excesso prolongar o estado vegetativo, acarretando na maior suscetibilidade a patógenos e diminuição no teor de óleo, por isso da importância no manejo do nitrogênio.
Visando altas produtividades, as plantas também são extremamente exigentes e respondem positivamente à aplicação de enxofre (S) devido ao elevado teor de óleo e de proteína nos grãos. Na análise de solo, e como parâmetro de avaliação, o limite inferior definido é cerca de 10 mg.dm-3 de S, caso os resultados na análise sejam menores deve se aplicar 20 kg.ha-1 na linha de semeadura (EMBRAPA TRIGO).
Outro cuidado importante no planejamento de uma lavoura de canola diz respeito ao residual de herbicidas no solo. Por isso, antes da implantação da cultura deve-se tomar cuidado com a área a ser escolhida, já que a canola pode ser sensível ao efeito residual de alguns herbicidas aplicados nas culturas antecessoras, principalmente no milho e soja.
Nesse sentido e em virtude da escassez de informações e estudos relacionados dentro dessa linha, deve-se dar preferência para áreas que tiveram soja resistente ao glifosate na safra anterior, diminuindo, nesse caso, o risco de efeitos prejudiciais de herbicidas residuais do solo.
Elaboração: Jovani de Oliveira Demarco e Renata Candaten – Grupo PET Ciências Agrárias UFSM/FW.