Também conhecida como capim-marmelada ou papuã, a espécie (Urochloa plantaginea/Brachiaria plantaginea) é uma comum e persistente planta daninha em lavouras agrícolas. É considerada uma planta anual, que se reproduz por sementes, podendo estas, permanecer viáveis por longos períodos no solo, fato que contribui para a persistência da espécie em áreas de cultivo (Gazziero et al., 2015).
A planta apresenta grande capacidade em perfilhar, formando touceiras, dificultando ainda mais o controle em pós-emergência. Além disso, há relato de algumas populações resistentes a herbicidas no Brasil.
Figura 1. Capim-marmelada (Urochloa plantaginea/Brachiaria plantaginea).
Segundo Heap (2023), há relato da resistência de populações de (Urochloa plantaginea/Brachiaria plantaginea) com resistência aos herbicidas inibidores da enzima acetil-coenzima-A Carboxilase (ACCase), mais especificamente aos herbicidas butroxidim, diclofop-metil, fenoxaprop-etil, fluazifop-butil, haloxifop-metil, propaquizafop, quizalofop-etil e setoxidim, na cultura da soja, relato datado de 1997.
Felizmente com a ampla adoção do sistema plantio direto, não se tem observado grandes dificuldades de controle do capim-marmelada. Sobretudo, o monitoramento das áreas para o controle dessa planta daninha ainda nos estádios iniciais do seu desenvolvimento é necessário para evitar maiores perdas produtivas.
Embora os danos à produtividade da soja possam variar em função do período em que ocorre a matocompetição e densidade populacional da espécie infestante, a presença do capim-marmelada em áreas de soja pode resultar em significativas reduções de produtividade da cultura, principalmente quando associado a presença de outras plantas daninhas.
Avaliando a interferência do papuã (capim-marmelada) e de espécies de plantas daninhas dicotiledôneas em soja, Cunha; Fleck; Vargas (1997), observaram que a infestação de papuã e espécies dicotiledôneas em soja reduziu o rendimento de grãos em níveis que variaram entre 57% e 60%, fato que demonstra a necessidade de controlar essa planta daninha em meio a cultura da soja.
Ainda que o período de interferência da planta daninha na cultura possa variar em função da cultivar, estádio de desenvolvimento da cultura e densidade populacional das plantas daninhas, o controle do papuã deve ser realizado para evitar maiores perdas produtivas em soja. Assim como as demais plantas daninhas, o papuã compete com a soja por recursos como água, radiação solar e nutrientes, podendo reduzir o potencial produtivo da cultura. Quando o controle for realizado em pós-emergência, deve-se dar preferência pela aplicação de herbicidas nos estádios iniciais do desenvolvimento da planta daninha.
Veja mais: Período anterior a interferência na cultura da soja
Referências:
CUNHA, M. M.; FLECK, N. G.; VARGAS, L. INTERFERÊNCIA DE PAPUÃ (Brachiaria plantaginea (Linck) Hitchc.) E DE ESPÉCIES DANINHAS DICOTILEDÔNEAS EM SOJA. Pesq. Agrop. Gaúcha, v. 3, n. 2, 1997. Disponível em: < http://revistapag.agricultura.rs.gov.br/ojs/index.php/revistapag/article/view/536 >, acesso em: 30/01/2023.
GAZZIERO, D. L. et al. MANUAL DE IDENTIFICAÇÃO DE PLANTAS DANINHAS DA CULTURA DA SOJA. Embrapa, Documentos, n. 274, 2015. Disponível em: < https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/1019323/manual-de-identificacao-de-plantas-daninhas-da-cultura-da-soja >, acesso em: 30/01/2023.
HEAP, I. THE INTERNATIONAL HERBICIDE-RESISTANT WEED DATABASE. Online, 2023. Disponível em: < http://www.weedscience.org/Pages/Case.aspx?ResistID=498 >, acesso em: 30/01/2023.