Por Dr. Argemiro Luís Brum
O primeiro mês cotado, em Chicago, acusou uma leve recuperação nos valores do bushel, em relação a semana passada, com o mesmo fechando esta quinta-feira (25) em US$ 5,37, contra US$ 5,35 uma semana antes, após ter atingido a US$ 5,48 no dia 22/07.
Enquanto isso, a colheita de trigo de inverno, nos EUA, até o dia 21/07, atingia a 76% da área plantada. Por sua vez, as condições das lavouras do trigo de primavera, na mesma data, apresentavam-se com 77% entre boas a excelentes, 18% regulares e 5% ruins a muito ruins.
Já na semana encerrada em 18/07 os EUA embarcaram 237.965 toneladas de trigo, sendo este volume menor do que o esperado pelo mercado. Com isso, no total do ano comercial atual o volume soma 2,6 milhões de toneladas, ou seja, 20% acima do registrado no mesmo período do ano anterior.
E na Argentina, responsável pela maior parte do trigo importado pelo Brasil, o plantio chegou a 92% da área estimada, na virada da semana, segundo a Bolsa de Buenos Aires. A projeção de área foi estimada em 6,3 milhões de hectares contra 5,9 milhões no ano passado. (cf. Ministério da Economia da Argentina, por meio da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Pesca).
E no Brasil, enquanto o plantio caminha para o final, os preços do produto de qualidade superior se mantêm estáveis. A média gaúcha fechou a semana em R$ 68,76/saco, enquanto no Paraná os preços seguiram entre R$ 75,00 e R$ 76,00/saco.
O mercado nacional do cereal vem aumentando a demanda pelo trigo de qualidade superior, na medida em que a entressafra avança, porém, a oferta é curta. Além disso, com a retomada da desvalorização do Real, a importação voltou a ficar mais cara nestes últimos dias.
Quanto ao plantio, o mesmo está encerrado no Paraná, enquanto atingia a 85% no dia 18/07 no Rio Grande do Sul, contra a média histórica de 93% para esta data. Agora é o clima o grande foco de atenção no sul do país já que o trigo é uma cultura bastante suscetível às variações climáticas. Os custos de produção no RS estão bastante elevados, sendo que na região de Bagé “os agentes financeiros disponibilizaram R$ 3.150,00/ha para custeio das lavouras, exigindo produtividade de 45 sacos/ha para cobrir os custos, além dos encargos financeiros, das despesas com seguro e arrendamento.” (cf. Emater) E esta realidade, com algumas variações, está presente em todo o estado gaúcho.
No Paraná, segundo o Deral, com a conclusão do plantio, confirma-se uma área final de 1,15 milhão de hectares, o que representa um recuo de 19% sobre o semeado no ano anterior. Na virada da semana 66% das lavouras apresentam boas condições, 23% situação média e 11% ruins.
Enfim, para 2024 a Conab espera uma área de 3,07 milhões de hectares semeada no Brasil, uma produtividade média de 2.917 quilos/hectare (48,6 sacos/hectare). Tudo isso se confirmando, e o clima ajudando até o final da safra, espera-se uma colheita final nacional de trigo em 8,96 milhões de toneladas, contra 8,1 milhões na safra passada.
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Fonte: Informativo CEEMA UNIJUÍ, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum¹
1 – Professor Titular do PPGDR da UNIJUÍ, doutor em Economia Internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA (FIDENE/UNIJUÍ).