E as cotações do trigo, em Chicago, continuaram recuando nesta semana, tendo atingido a US$ 5,41/bushel no dia 29/09, a mais baixa cotação dos últimos três anos, pois valor menor do que este se deu apenas em 15/09/2020. Posteriormente o mercado reagiu um pouco, tendo fechado a quinta-feira (05), para o primeiro mês cotado, em US$ 5,78/bushel, ou seja, exatamente no valor de uma semana antes. A média de setembro ficou em US$ 5,75/bushel, representando um recuo de 6,2% sobre a média de agosto. Lembrando que um ano antes, em setembro de 2022, a média havia sido de US$ 8,55/bushel. Ou seja, em 12 meses o bushel de trigo perdeu quase três dólares.
Dito isso, o relatório de estoques trimestrais, na posição 1º de setembro, apontou um volume praticamente idêntico ao de um ano atrás. O mesmo ficou em 48,44 milhões de toneladas, contra 48,39 milhões em setembro de 2022.
Em paralelo, os EUA embarcaram 397.594 toneladas de trigo na semana encerrada em 28/09, somando, no total do atual ano comercial, 6,06 milhões de toneladas, ou seja, 29% abaixo do registrado um ano antes.
Afora isso, o USDA fechou a safra total de trigo dos EUA, em 2022/23, em 49,3 milhões de toneladas, contra uma expectativa do mercado de 47 milhões. Isso ajudou a derrubar as cotações do cereal em Chicago.
E aqui no Brasil os preços estabilizaram, com a média gaúcha fechando a semana em R$ 54,06/saco, enquanto as principais praças estaduais praticaram R$ 52,00. Já no Paraná os preços ficaram em R$ 50,00/saco.
Diante da entrada da nova safra, apesar das quebras no Rio Grande do Sul, e da redução dos preços internacionais, os moinhos estão comprando pouco no Brasil, pois a venda de derivados de trigo está baixa e há estoques do produto. O mercado espera novas quedas de preço, quando da entrada da colheita do Rio Grande do Sul de forma mais significativa. Segundo o Cepea/Esalq, no Estado gaúcho “a média de setembro foi de R$ 1.150,70/tonelada, queda de 10,3% frente à agosto/23 e de expressivos 34,1% em relação à de setembro/22. Trata-se, também, da menor média mensal desde dezembro de 2019, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IGP-DI). As médias mensais do Paraná e de São Paulo, por sua vez, são as menores desde outubro de 2017, em termos reais.”.
Em termos de colheita do cereal, o Paraná entrou outubro com 69% da área colhida, enquanto o Rio Grande do Sul estava com 1% cortado, estando dentro da média histórica.
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Fonte: Informativo CEEMA UNIJUI, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum¹
1 – Professor Titular do PPGDR da UNIJUI, doutor em Economia Internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA (FIDENE/UNIJUI).