FECHAMENTOS DO DIA 27/09
O contrato de soja para novembro24, referência para a safra brasileira, fechou em alta de 2,38%, ou $ 24,75 cents/bushel a $ 1065,75; A cotação de janeiro25, fechou em alta de 2,24% ou $ 23,75 cents/bushel a $ 1083,00. O contrato de farelo de soja para outubro fechou em alta de 6,01 % ou $ 19,5 ton curta a $ 343,7 e o contrato de óleo de soja para outubro fechou em baixa de -1,72% ou $ -0,74/libra-peso a $ 42,18.
ANÁLISE DA ALTA
A soja negociada em Chicago fechou o dia e a semana em alta. O clima foi o ponto crucial ao longo da semana. Foram registradas inundações no leste dos EUA, com o furacão Helene, o que pode levar ao atraso na colheita da soja, que começa entrar na fase de maturação e já começou a ser coletado dos campos. A persistente seca do Brasil está atrasando o plantio da safra 24/25 em diversos estados no país.
A forte alta do farelo de soja também deu suporte para o grão. O subproduto que passou a semana oscilando na mesma faixa, teve uma forte alta nos preços nesta sexta-feira e no acumulado da semana com a notícia de uma maior demanda pelo farelo na China.
Com isso a soja fechou o acumulado da semana em alta de 5,31% ou $53,75 cents/bushel. O farelo de soja subiu 8,29% ou $26,3 ton curta. O óleo de soja avançou 0,05% ou $0,02 libra/ton no período.
Análise semanal da tendência de preços
Fatores de alta
a) recente incentivo chinês à economia, que fortaleceu as vendas de farelo de soja: Essa semana vem sendo marcada por muito estímulos econômicos na China, com o governo querendo criar inflação para diminuir o estoque de dívida das empresas. Foram cortados taxa de juros e o montante de compulsório sobre o dinheiro em circulação. O impacto está sendo muito forte.
As ações das empresas Chinesas subiram mais de 15% só nessa semana e reverteram a curva negativa de 7% desde o começo do ano, para uma curva positiva de 8% em relação ao ano passado. Em meio a essa euforia toda, vieram dados de vendas robustas de farelo de soja na China (de esmagadores locais, para consumidores locais) e isso está sustentando a alta no farelo em Chicago, que puxa a soja (apesar de os prêmios de farelo terem caído no Brasil essa semana).
A questão que fica no ar é: os consumidores de farelo estão se alongando em farelo, ou houve mudança na demanda? Em se tratando de China, difícil saber. Pode acontecer de apenas ser uma antecipação de demanda, o que, fatalmente, levaria a queda nos próximos dias no farelo;
b) tempestades derivadas do furacão Helene que estão afetando o sudeste dos Estados Unidos e áreas ao sul do cinturão soja/milho, onde a colheita da oleaginosa está em pleno desenvolvimento;
c) atraso do plantio no Brasil: Por outro lado, no Brasil, as previsões meteorológicas alertam que as chuvas nas principais áreas produtoras de soja não serão regularizadas até meados de outubro, pelo que há probabilidades de que os atrasos nas tarefas de plantio se acentuem, especialmente no centro-oeste e, em particular, em Mato Grosso, principal estado produtor. Por outro lado, no Sul, especificamente no Paraná, as chuvas estão se tornando mais frequentes e com elas o trabalho ganha força;
d) EUA-nova venda de óleo: Nos seus relatórios diários, o USDA confirmou a venda de óleo de soja americano à Coreia do Sul, por 20 mil toneladas.
Fatores de baixa
a) Brasil-Aumento de 4,0 MT no Paraná: o Departamento de Economia Rural do Paraná (Deral) indicou que já foram plantados cerca de 10% dos 5,8 milhões de hectares de soja previstos para a safra 2024/2025. Essa área é recorde para aquele Estado, onde está projetada uma colheita de 22,40 milhões de toneladas, que, se confirmada, será 21% superior à anterior, de 18,50 milhões. “Os produtores obtiveram avanços significativos no plantio em um curto espaço de tempo”, disse Edmar Gervásio, analista do Deral;
b) Se o clima melhorar, no Brasil, como alguns modelos estão prevendo, haverá um aumento da oferta global ao redor de 16 milhões de toneladas, o que seria muito negativo para os preços;
Fonte: T&F Agroeconômica
