ANÁLISE CLIMÁTICA DE MAIO

Em maio de 2022, os maiores acumulados de chuva foram registrados principalmente na faixa norte do país e em parte da Região Sul, chegando a acumulados de chuva superiores a 300 mm. Assim, como observado em abril, em grande parte do Brasil Central, as chuvas em maio foram mais escassas, refletindo na redução do armazenamento de água no solo nessas áreas.

Na Região Norte foram observados grandes acumulados de chuva, superiores a 150 mm, principalmente no Acre, Roraima e Amapá, além de áreas do nordeste do Amazonas e norte do Pará, que mantiveram os níveis de armazenamento de água no solo elevados. Já em áreas de Rondônia e do Tocantins, os acumulados de chuva foram inferiores a 90 mm, impactando negativamente os níveis de água no solo.

Na Região Nordeste, os acumulados de chuva superiores a 150 mm concentraramse nas faixas norte e leste da região. Este cenário favoreceu o armazenamento de água no solo e as lavouras em desenvolvimento na região da Sealba. Já em áreas do oeste da Bahia, sul do Maranhão e do Piauí, os baixos acumulados de chuva reduziram o armazenamento de água no solo, causando restrição hídrica em algumas áreas produtoras de milho segunda safra.

Na Região Centro-Oeste, especificamente no sudoeste de Mato Grosso do Sul, os acumulados de chuva foram suficientes para o desenvolvimento dos cultivos de segunda safra, mantendo bons níveis de umidade do solo.

Nas demais áreas, os maiores acumulados de chuva não ultrapassaram os 70 mm. A diminuição das chuvas, que é característica desta época do ano, impactou as áreas que já apresentavam baixos níveis de umidade no solo. Assim como no Centro-Oeste, na Região Sudeste, os acumulados de chuva foram inferiores a 60 mm em grande parte da região, principalmente em áreas do centro- norte de Minas Gerais, sul do Espírito Santo e nordeste de São Paulo. A restrição hídrica imposta pelos baixos acumulados de chuva impactou os cultivos de segunda safra, principalmente a cultura do milho.

Na Região Sul, os maiores acumulados de chuva registrados ultrapassaram os 200 mm, principalmente no centro-norte do Rio Grande do Sul e sudeste de Santa Catarina. Os grandes volumes de chuva mantiveram altos níveis de umidade do solo, afetando a colheita da soja, mas beneficiaram o desenvolvimento das demais culturas agrícolas da região.

Além das restrições hídricas ou excesso de água observados em algumas áreas durante maio, a terceira semana do mês foi marcada pelo avanço de uma onda de frio intensa que provocou a redução das temperaturas mínimas em grande parte do Centro-Sul do país. Foram registrados valores de temperaturas abaixo de 10 °C em várias localidades, além da ocorrência de neve e geada. Impactos pontuais da geada foram observados sobre o desenvolvimento de algumas lavouras de milho segunda safra, feijão e algodão, que se encontravam em estágios fenológicos mais sensíveis.

CONDIÇÕES OCEÂNICAS RECENTES E TENDÊNCIA

Na figura abaixo é mostrada a anomalia de Temperatura da Superfície do Mar (TSM) durante os dias 22 a 28 de maio de 2022. Na parte central do Pacífico Equatorial houve a predominância de anomalias negativas de até -1,5 °C, chegando a anomalias de até -2,5° C na costa oeste da América do Sul, indicando a persistência de temperaturas mais frias nessas regiões. Já na região do Niño 3.4 (entre 170°W e 120°W), a anomalia média de TSM durante maio permaneceu negativa, com valores em torno de -1,0 °C nos primeiros 17 dias do mês. Entre os dias 18 e 24 de maio, os valores de anomalia de TSM tiveram uma leve tendência de aumento, estabilizando-se no final do mês com valores próximos de -0,8 °C, indicando a persistência de condições de uma La Niña fraca.

A análise do modelo de previsão do ENOS El Niño, Oscilação Sul, realizada pelo Instituto Internacional de Pesquisa em Clima (IRI), indica que as condições de La Niña ainda devem permanecer durante os meses de inverno (junho, ulho e agosto), com probabilidades entre 50% e 60% neste período.

PROGNÓSTICO CLIMÁTICO PARA O BRASIL – PERÍODO JUNHO, JULHO E AGOSTO/2022

As previsões climáticas, segundo o modelo estatístico do Inmet, são mostradas na figura abaixo. Para a Região Norte do país há previsões de chuva acima da média climatológica, com exceção de áreas do centro-sul do Pará, noroeste e extremo-leste de Amazonas e centro-sul de Tocantins, com previsão de chuvas dentro e abaixo da média.

Na Região Nordeste, o modelo indica chuvas dentro e acima da média climatológica em praticamente toda a região, principalmente em áreas da Sealba em julho. Os bons acumulados de chuva deverão favorecer o desenvolvimento das culturas na região. No extremo-oeste da Bahia e leste do Maranhão são previstos acumulados de chuva dentro e abaixo da média. Nas Regiões Centro-Oeste e Sudeste, com exceção de áreas do extremo-norte de Mato Grosso, nordeste de Mato Grosso do Sul, norte do Rio de Janeiro e no Espírito Santo, a previsão trimestral indica tendência de chuvas dentro e abaixo da faixa normal na maioria dos estados, beneficiando o milho segunda safra e algodão em maturação e colheita nas regiões produtoras, mas impactando negativamente as lavouras que ainda estiverem em estádios reprodutivos.

Para a Região Sul, no trimestre junho, julho e agosto, o prognóstico climático aponta para chuvas irregulares, podendo ficar dentro e ligeiramente abaixo da média climatológica em praticamente toda a região, principalmente em áreas do leste de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, o que pode impactar os cultivos de inverno na região.

Em relação à temperatura, há previsão de temperaturas dentro e acima da média climatológica em praticamente todo o país, com exceção da faixa norte da Região Nordeste, onde os dias chuvosos poderão ocasionar a redução das temperaturas na região. Além disso, como é característico desses meses do ano, não se descarta a ocorrência de diminuição das temperaturas e possibilidade de geadas no Centro-Sul do Brasil, com destaque para a Região Sul e regiões de altas altitudes do Sudeste devido à entrada de massas de ar frio já durante junho, com maiores tendências de temperaturas abaixo da média neste mês.

Mais detalhes sobre prognóstico e monitoramento climático podem ser  vistos na opção CLIMA do menu principal do site do Inmet.

Fonte: Conab



 

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