A semeadura da soja se aproxima e é fundamental atenção para práticas pré-semeadura como o tratamento e inoculação ou coinoculação das sementes. Além da aquisição de sementes de qualidades com bons atributos físicos, fisiológicos, genéticos e sanitários, é fundamental garantir proteção a essas sementes por meio do tratamento de sementes com fungicidas e inseticidas.
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No entanto, além da utilização desses defensivos no tratamento de sementes, pode-se adicionar doses de micronutrientes visando maximizar a produtividade da soja. Dentre os micronutrientes disponíveis para uso no tratamento de sementes, podemos destacar o Cobalto (Co) e o Molibdênio (Mo) que são requeridos em pequenas quantidades, mas desempenham papel fundamental em reações metabólicas e bioquímicas da planta.
Segundo Tititan et al. (2007), embora a planta de soja necessite de pequenas quantidade de Mo, a grande maioria dos solos brasileiros não contem a quantidade necessária do micronutriente para boas produtividade de soja, além disso, solos com pH inferior a 5 tendem a apresentar baixa disponibilidade do nutriente, dificultando ainda mais a absorção do mesmo pelas plantas.
Conforme destacado por Sfredo & Oliveira (2010), o Molibdênio é cofator nas enzimas nitrogenase, redutase do nitrato e oxidase do sulfeto e está intimamente relacionado com o transporte de elétrons durante as reações bioquímicas. Já o Cobalto é essencial para a fixação do N2, pois participa na síntese de cobamida e da leghemoglobina nos nódulos. Portanto, deficiência de Co pode ocasionar deficiência de N na soja, devido à baixa fixação do N2 (Sfredo & Oliveira, 2010).
Os autores ainda afirmam que mais de 58% do Molibdênio requerido pela soja é absorvido nos primeiros 45 dias. Sendo assim, a adição desses micronutrientes ao tratamento de sementes é uma das principais alternativas para o fornecimento às plantas, estando disponível desde o início do seu desenvolvimento.
Além disso, em ensaios realizados pela Embrapa, Sfredo & Oliveira, (2010), observaram que todos os tratamentos contendo Mo apresentaram aumento da produtividade igual ou superior a 36% quando comparados a testemunha para as condições do presente estudo, demonstrando e importante contribuição do micronutriente na produtividade da soja.
Tabela 1. Produção de grãos (kg.ha-1), proteína (%, kg.ha-1 e diferença para a testemunha), em função de vários produtos contendo micronutrientes, aplicados via semente, em latossolo roxo eutrófico (LRe) de Londrina, PR. Embrapa Soja. (Sfredo & Oliveira, 2010).

Entretanto, embora as contribuições desses micronutrientes sejam notórias na produtividade da soja, é fundamental a análise crítica de cada caso, pois Marcondes & Caires (2005), avaliando a “aplicação de Molibdênio e Cobalto na sementes para a cultura da soja” observaram que doses acima de 3,4g.ha-1 de Cobalto exercem efeito tóxico sobre a soja, resultando e redução da produtividade da cultura.
Conduto, cabe destacar que a adição desses micronutriente no tratamento de sementes da soja podem exercer efeito benéfico para as plantas resultando no incremento da produtividade da soja. Para conferir o trabalho completo de Sfredo & Oliveira (2010) clique aqui.
Referências:
MARCONDES, J. A. P.; CAIRES, E. F. APLICAÇÃO DE MOLIBDÊNIO E COBALTO NA SEMENTE PARA A CULTURA DA SOJA. Bragantia, Campinas, v.64, v.64, n.4, p.687-694, 2005.
SFREDO, G. J.; OLIVEIRA, M. C. N. SOJA: MOLIBDÊNIO E COBALTO. Embrapa, Documentos, n. 322, 2010. Disponível em: <https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/859439/1/Doc322online1.pdf>, acesso em: 18/06/2020.
TIRITAN, C. S. et al. INFLUÊNCIA DO MOLIBDÊNIO ASSOCIADO AO COBALTO NA CULTURA DA SOJA, APLICADOS EM DIFERENTES ESTÁGIOS FENOLÓGICOS. Colloquium Agrariae, v. 3, n.1, p. 1-07, Jun. 2007.
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Sem dúvida o Mo e Co são essenciais para o processo de fixação biológica do nitrogênio. Entretanto é muito importante verificar a compatibilidade da forma como são aplicados, pois muitas formualções de CoMo têm incompatibilidade com as bactérias do inoculante, muitas vezes com pH abaixo de 5 e com alto teor salino.
Quando o produto for muito ácido ou alcalino, deve-se aplicar via pulverização nas semente, pois senão haverá prejuízo e não ganho na FBN.