O relatório mensal de avaliação das culturas, divulgado hoje pelo Deral-PR, registra que, com uma rápida evolução, a colheita de trigo no Paraná chega a 60% da área, e, apesar das perdas registradas, pressiona os preços.

A cotação diária chega ao dia de hoje com os menores patamares do ano, R$ 44,45 por saca de 60 kg. Apesar de ruins para o produtor, os preços mais baixos podem ajudara não inflacionar os derivados, já que o câmbio nos patamares atuais pode encarecer o produto
importado.

O relatório mensal divulgado em setembro pelo Deral aponta uma área plantada de 1,02 milhão de hectares, 7% inferior à registrada em 2018. A produção foi prejudicada pelas geadas e pela seca, e há a expectativa de uma safra de2,36 milhões de toneladas. O frio, especialmente do dia 6 de julho, mostrava já nos relatórios anteriores uma retração de aproximadamente 600mil toneladas.

Porém, agora em setembro, o número foi reduzido em outras 340 mil toneladas devido à falta de chuvas. As perdas são de 28% em relação ao potencial inicial de 3,30 milhões de toneladas e a oferta diminuiu 16% em relação a produção de2018 (2,81 milhões de toneladas). Essa é a terceira safra sucessiva com problemas climáticos relevantes. Evolução de plantio e colheita.

Atualmente, a colheita evolui de maneira satisfatória. As últimas chuvas não diminuíram o bom ritmo da safra, que chegou a 60% de área colhida, significativamente à frente do ano anterior, quando havia 20% da área colhida em setembro, e acima da média dos últimos 5 anos(42%).

O tempo seco que predominou em agosto e setembro colaborou para essa rápida evolução, bem como para manter a qualidade do trigo que, eventualmente, se desenvolveu de maneira uniforme no campo. Apesar dessa qualidade em algumas lavouras, as que foram atingidas pelas geadas ou apresentaram desuniformidade devido ao déficit hídrico podem apresentar problemas, sendo até mesmo classificadas como triguilho, na pior das hipóteses.

O avanço da colheita colocou mais um milhão de toneladas no mercado apenas em setembro, aproximadamente um terço da moagem estadual para o ano. Com mais trigo disponível do que a demanda local, os preços cederam. Os preços de balcão chegaram em R$ 48,59 a saca em 16 de setembro, maior valor desde 21 de março, porém hoje (25/09) atingiram o menor valor do ano, R$44,45/saca.

Se esses valores se mantiverem, os produtores começam a apresentar um leve prejuízo se comparados a estimativa de custos variáveis calculada para agosto em R$44,80 por saca produzida. Se confirmaria assim o receio dos produtores à época de plantio da cultura, que não cultivaram uma área maior em virtude da possibilidade de diminuição dos preços.

Apesar do recuo, há margem em relação a uma intervenção governamental, já que o preço mínimo está estipulado em R$40,57 a saca para o tipo pão. Os preços das farinhas no atacado mostraram um recuo em agosto, a Farinha especial recuou 1% em relação a julho e 7% em relação a agosto de 2018, estando cotada atualmente a R$96,77 a saca de 50kg.

Esse recuo simultâneo ao recuo nos preços ao produtor de trigo pode ajudar os moinhos a não voltarem aos preços praticados anteriormente e, consequentemente, estes podem não ser repassados as padarias. Desta forma espera-se que, ao menos no período de colheita; o preço do pão possa fechar abaixo do preço no período de entressafra, a exemplo de 2018, quando os preços baixaram 3%na média do último quadrimestre do ano comparativamente aos 8 meses de entressafra.

O preço de setembro aponta uma média de R$8,28o quilograma do pão, e mostra essa tendência, pois está abaixo da média de janeiro a agosto, de R$8,39. Cabe ressaltar que essa redução aparece em um momento em que ainda não havia uma oferta plena de trigo e de Dólar valorizado frente ao Real, ou seja, podem haver outros fatores levando a redução. (Da assessoria técnica do Deral).



Fonte: T&F Agroeconômica

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