A colheita do milho mato-grossense para a safra 18/19 apresentou avanços tímidos em grande parte das regiões do estado nesta semana, algo comum de ser visto no final do período de colheita. Dessa forma, o estado já alcançou 97,71% das áreas já colhidas, o que representa uma evolução de 3,81 p.p. se comparado à semana anterior.
Por uma óptica regional, as regiões médio-norte e norte seguem na vanguarda, exibindo 99,74% e 99,05%, respectivamente, das áreas colhidas até o momento, ao passo que as regiões sudeste e centro-sul estão um pouco atrás em relação às demais regiões, porém, 17,73 p.p. e 7,66 p.p., maiores se comparado ao mesmo período da safra 17/18, respectivamente.
Com isso, a produtividade apresentou uma leve queda, mas se destaca como sendo a maior da série histórica. Visto que as condições climáticas não devem apresentar grandes alterações na próxima semana, é esperado os trabalhos a campo avancem para a reta final.
Confira os principais destaques do boletim:
• O preço paridade de exportação para jul/20 fechou a semana com desvalorização de 6,19% e cotação média de R$ 20,80/sc, pautado, principalmente, pelas depreciações nas cotações da Bolsa de Chicago.
• Com vendas semanais mais fracas e previsões climáticas favoráveis para a safra no meio-oeste dos EUA, as cotações na CME-Group para set/19 e jul/20 apresentaram queda nesta semana, de 4,08% e 4,28%, respectivamente.
• O dólar corrente fechou com valorização semanal de 1,33% e cotação média de R$ 3,82/US$. Pautado, sobretudo, pela volta das tensões comerciais entre a China e os Estados Unidos.
• Na última semana, a relação frete/milho alcançou 88,74%, o que evidencia um aumento de 2,82 p.p., decorrente da queda no indicador disponível em Sorriso.
PENSANDO NOS CUSTOS:
A relação de troca dos desembolsos dos custos variáveis pela produtividade é um indicador importante para analisar a rentabilidade do produtor, sobretudo, no momento de “travamento de custos”.
Neste sentido, analisando esta relação nos últimos anos, constata-se que na safra 17/18 a relação de troca dos custos variáveis (113 sc/ha) ficou abaixo da produtividade média da safra (99,6 sc/ha). Por outro lado, na safra 18/19 o cenário se tornou mais positivo, visto que, a produtividade média atingiu valor recorde e conseguiu “cobrir” os custos variáveis.
Para a temporada 19/20, com 43% dos insumos de milho já comprados até junho, o cenário é de alerta, visto que, a relação de troca está acima das duas últimas safras e os preços a termo atualmente vêm trazendo boas oportunidades de venda.
Porém, com custos recordes, o produtor que não souber aproveitar um bom momento de venda pode ser surpreendido com uma relação de troca a níveis ainda mais elevados.
Fonte: IMEA