As variações climáticas recentemente registradas em diferentes regiões brasileiras têm ampliado a importância da construção do perfil do solo. No Rio Grande do Sul, após as maiores enchentes da história do estado, a erosão e a presença de alumínio em excesso podem limitar ainda mais as colheitas.

Em São Paulo e estados vizinhos, a estiagem é o desafio. O Centro Nacional de Monitoramento e Desastres Naturais (Cemaden) aponta reduzido volume de chuvas em 641 dos 645 municípios paulistas.

Já a Rede Técnica Cooperativa (RTC), que atua no Rio Grande do Sul, reforça que a análise de solo e aplicação de insumos, como adubo e calcário, são as melhores alternativas em qualquer situação. A avaliação é do engenheiro agrônomo e pesquisador da RTC, Jackson Fiorin.

Os diagnósticos do solo em diversas regiões e diferentes anos mostram que 90% das propriedades rurais do país precisam corrigir a acidez. “Desse total, 42% delas precisam aplicar doses altas ou muito altas de calcário”, declara, em fala ao site da revista Cultivar.

O comentário mostra que os efeitos climáticos chegaram num período em que já havia dúvidas sobre a quantidade de calcário aplicado nas calagens. Parte das recomendações para calagem foi feita há 60 anos e pode não garantir, hoje, a eficiência na correção do pH. Já a prática em sistema de plantio direto segue diretrizes estabelecidas há 30 anos, quando a meta era colher 45 sacos de soja por hectare.

Fiorin estima que os atuais cultivares de alta produtividade exijam até três vezes mais calcário. Esses cultivares são mais sensíveis à acidez.

A correção da acidez do solo melhora a fertilidade no cultivo de grãos e nas pastagens do sistema Lavoura-Pecuária. Maior fertilidade reforça os resultados econômicos do negócio, diz a RTC.

Perfil de solo em profundidade

Para o engenheiro agrônomo Jairo Hanasiro, os agricultores devem sempre pensar de forma sistêmica. Com planejamento e a orientação de um agrônomo, o produtor chega a dois objetivos, segundo ele: o solo fica mais preparado diante da estiagem e a produtividade pode ser maior.

“Temos que pensar mais objetivamente na construção do perfil de solo em profundidade, abaixo da camada arável de 20 cm. O desenvolvimento de raízes deve explorar uma camada de solo mais profunda”, afirma Jairo, que é especialista em nutrição de solo e fertilidade de plantas.

O sistema radicular profundo aproveita mais os nutrientes minerais. Segundo Jairo, esse aproveitamento pode ajudar a reduz custos, por exemplo, de adubos minerais, além de conferir uma maior tolerância aos períodos de estiagem.

Especialistas dizem que a fertilização do solo no Rio Grande do Sul ajudará a combater outros dois problemas. Os solos na pós-enchente tendem a concentrar mais alumínio, cuja presença em excesso afeta as culturas. Também há registros de erosão nas áreas inundadas.

FONTE

Autor:ABRACAL

Site: ABRACAL

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