Apontada como uma das principais pragas do milho de segunda safra, o manejo de percevejos barriga verde foi um dentre os vários temas sobre milho, abordados no Encontro de Inverno da Coamo.
Prioridades MAPA: Dichelops melacanthus (percevejo-barriga-verde) em milho
O objetivo era alertar os produtores quanto a prevenção com o inseto, uma vez que o percevejo barriga verde está se tornando uma praga muito danosa para a cultura. Conforme o entomologista Rodolfo Bianco, do IAPAR (Instituto Agronômico do Paraná), a ideia foi mostrar um parâmetro de controle. Ele lembra que dependendo do híbrido utilizado o cuidado é diferenciado, sendo um manejo específico do outro.
Na opinião do pesquisador, que no dia 16/08 participou do Informativo Coamo, o percevejo é a principal praga para a segunda safra de milho pela dificuldade de controle.
Rodolfo Bianco ressalta que em comparação com as lagartas, que nunca deixaram de ser um problema, essas ainda possuem materiais de biotecnologia que estão funcionando para combatê-las. Mas no caso dos percevejos, o manejo é mais dificultado, pelo fato de o inseto esconder-se na palhada e possuir crescimento populacional rápido e alto.
Além disso, o entomologista afirma que mesmo trabalhando-se com tratamento de sementes, o percevejo precisa se alimentar para se intoxicar. Em caso de altas populações, ele irá se alimentar e deixar toxinas suficientes para causar danos, mesmo que ele morra após a ingestão, devendo-se encontrar maneiras de reduzir essas populações.
Uma das recomendações do entomologista é de se reduzir as plantas daninhas hospedeiras no período em que não há alimento na lavoura, reduzindo assim o número de indivíduos para um novo ciclo. Rodolfo destaca que em pesquisas que foram realizadas pode-se perceber que em lavouras onde as plantas daninhas foram controladas rigorosamente a população de percevejos não chegou a 2 por metro e nas áreas com 8 a 9% de planta daninha a população de percevejos chegou a 9 por metro, mostrando-se que é possível reduzir a população de percevejos simplesmente com o controle das plantas daninhas.
Em relação às plantas daninhas, o pesquisador coloca que a trapoeraba é uma das principais que devem ser controladas pois é um dos alimentos que o inseto mais gosta. Além disso, áreas onde a soja foi colhida e houve perda de grãos na lavoura também devem receber uma atenção especial, pois as fêmeas do percevejo colocam seus ovos nesses grãos e assim a população continua sobrevivendo na lavoura depois da colheita da soja.
Dessa forma, o entomologista ressaltou que para um bom manejo do percevejo deve-se levar em conta os seguintes fatores:
- Escolher uma cultivar que tenha um engrossamento de colmo mais rápido;
- Realizar um bom tratamento de sementes, com a dose correta e suficiente;
- Controlar plantas daninhas e reduzir ao máximo a alimentação disponível na área;
Para ouvir a conversa do entomologista completa CLIQUE AQUI.
Fonte: COAMO.
Elaboração: Andréia Procedi – Equipe Mais Soja.