Dentre os principais fatores eu afetam o metabolismo vegetal, temperatura, radiação solar e disponibilidade hídrica são os que exercem maior influência sobre o crescimento e desenvolvimento da planta. Embora algumas plantas respondam ao fotoperíodo, apresentando também diferentes requerimentos hídricos ao longo do desenvolvimento, sem dúvidas a temperatura é um dos fatores preponderantes para o crescimento e desenvolvimento da grande maioria das plantas, governando atividades metabólicas vegetais.
Desde o início do desenvolvimento vegetal, a temperatura exerce importante influência sobre o metabolismo vegetal, estimulando inclusive processos iniciais do desenvolvimento da planta, como a germinação. Sobretudo, é necessário entender que cada cultura e/ou espécie apresenta sua necessidade térmica, medida tecnicamente pelo acúmulo de graus-dia (GD).
De modo geral, pode-se dizer que a disponibilidade térmica tem influência direta no crescimento e desenvolvimento vegetal, sendo que, temperaturas elevas tendem a acelerar o metabolismo vegetal, enquanto baixas temperaturas tendem a reduzir o metabolismo e prolongar o ciclo de desenvolvimento das plantas (Bergamaschi & Bergonci, 2017).
Normalmente, por haver variação do ciclo da planta dias do calendário civil em função da latitude das regiões de cultivo, o ciclo de uma planta é determinado por sua exigência térmica, definida pelo acúmulo de graus-dia. Sobretudo, é necessário compreender que a temperatura afeta não só o ciclo de uma planta, como também seu metabolismo, capacidade fotossintética e respiração.
Para compreender melhor o efeito da temperatura sobre o metabolismo vegetal, estudiosos definiram algumas temperaturas basais (basal inferior, ótima e superior) para a maioria das culturas de interesse agrícola. A temperatura basal inferior (Tb) é definida como aquela na qual, abaixo dela não há crescimento vegetal, já a temperatura basal superior (TB) é compreendida como aquela em que acima dela, não há crescimento vegetal.
A rigor pode-se dizer que a fotossíntese líquida é positiva entre os dois extremos da adaptação da espécie ou cultivar, representados pelas temperaturas basal inferior e superior. Fora desse limite, a assimilação líquida é negativa, visto que a planta paralisa seu crescimento, passando a sentir estresse térmico.
Em casos onde o estresse térmico é ocasionado por temperaturas superiores a TB, além da redução da fotossíntese líquida, tem-se o aumento da taxa de respiração da planta. Embora algumas espécies detenham de alguns mecanismos para mitigar os efeitos das altas temperaturas, na maioria dos casos o aumento da taxa de respiração da planta promove a maior perda de água para a atmosfera, agravando a situação da planta sob período de estresse hídrico.
Figura 1. Metabolismo das plantas e temperaturas cardeais: mínima basal ou base inferior (Tb), ótima (Tótima) e máxima basal ou base superior (TB).

Sendo assim, o ideal para o crescimento e desenvolvimento vegetal, é que a haja boa disponibilidade hídrica, seguida pela presença de temperaturas médias próxima a temperatura ótima, na qual tem-se a máxima fotossíntese líquida da planta, produção a translocação de fotoassimilados para grãos e órgãos de reserva. Logo, pode-se dizer que a temperatura é um dos fatores preponderantes para o crescimento e desenvolvimento vegetal, sendo fundamental, o posicionamento das culturas com base nas aptidões climáticas, contribuindo assim, não apenas para a maior produção vegetal, como também na redução dos riscos climáticos.
Veja mais: Sombreamento reduz a produtividade da soja?
Referências:
BERGAMASCHI, H.; BERGONCI, J. I. AS PLANTAS E O CLIMA: PRINCIPIOS E APLICAÇÕES. Agrolivros, 2017.
BERGAMASCHI, H.; MATZENAUER, R. O MILHO E O CLIMA. Emater/RS-Ascar, 2014. Disponível em: < http://www.fepagro.rs.gov.br/upload/20140923150828livro_o_milho_e_o_clima.pdf >, acesso em: 06/02/2023.
Acompanhe nosso site, siga nossas mídias sociais (Site, Facebook, Instagram, Linkedin, Canal no YouTube)