Assim como para as demais culturas agrícolas, escalas de desenvolvimento fenológico foram estudadas e desenvolvidas para a cultura do milho. Além de auxiliar técnicos e produtores na definição do momento de execução de práticas de manejo, o emprego de escalas do desenvolvimento fenológico do milho facilita a comunicação a nível de campo, trazendo clareza.

O  conhecimento da fenologia do milho é de suma importância para reduzir o desperdício de insumos, potencializar a produção e aumentar a sustentabilidade da cultura, melhorando a assertividade de práticas de manejo como adubação, tratados fitossanitários e até mesmo momento de colheita do milho.

Estabelecimento da cultura e ponto de crescimento

O estabelecimento da cultura é um dos períodos mais sensíveis do milho a pragas, doenças e fenômenos da natureza. Conhecer a fenológica do milho, suas características e particularidades pode ser determinante nesse período. Conforme Ciampitti; Elmore; Lauer (2016), o ponto de crescimento (meristema apical) da planta de milho, está localizado abaixo da superfície do solo até o estádio V5, contudo a partir de V2, geadas não apresentam riscos de danos para as plântulas de milho, a menos que o frio seja extremo ou o plantio tenha sido muito raso.

Controle de plantas daninhas

A presença de plantas daninhas em meio ao milho pode reduzir a produtividade da cultura em virtude da matocompetição imposta por elas por água, radiação solar e nutrientes. Sendo assim, conhecer o período anterior a interferência (PAI) de plantas daninhas na cultura do milho, assim como o período crítico de prevenção a interferência (PCPI) e o período total de prevenção a interferência (PTPI) é de suma importância para a evitar perdas produtivas em decorrência da matocompetição.

Adubação

Conforme observado por Lyra et al. (2014), o milho pode ser considerada uma espécie altamente responsiva a adubação nitrogenada, o que possibilita o fornecimento particionado de nitrogênio ao longo do desenvolvimento da cultura, em momentos determinantes para a obtenção de altas produtividades.

Normalmente, quando necessário, a adubação nitrogenada na cultura do milho é realizada em cobertura, utilizado fertilizantes nitrogenados, nos estádios de desenvolvimento da cultura recomendados para tal prática. De modo geral, a adubação nitrogenada em cobertura é realizada nos estádios de V4 a V5, e a partir de V8 quando necessário (sendo mais aconselhada de V10 a V12).

Déficit hídrico

Assim como a demanda nutricional, a evapotranspiração da cultura do milho aumento durante o período reprodutivo  da cultura, e com ela, o requerimento hídrico. No início do período reprodutivo, estádio R1, também conhecido como embonecamento ou polinização, a ocorrência de estresses hídricos pode interferir diretamente na produtividade do milho, reduzindo o número de óvulos fecundados e consequentemente a formação de grãos, em resposta a má polinização pelo secamento dos estilo estigmas (cabelos) do milho. Além disso, não se deve descuidar de insetos como a lagarta-da-espiga, que se alimentam dos “cabelos”. Deve-se combater essas pragas, caso haja necessidade (Magalhães & Durães, 2006).

Silagem

Quando o objetivo da produção de milho é a confecção de silagem, conhecer a fenologia do milho é essencial para determinar o momento de colheita. Segundo Ciampitti; Elmore; Lauer (2016), o momento de colheita do milho silagem normalmente é definido quando se observa por volta de 50% dos grãos leitosos, o que normalmente ocorre no estádio R5 – Formação do dente.

Maturação fisiológica – colheita

Quando a finalidade da lavoura é a colheita do milho grãos, observar o ponto de maturação fisiológica do milho é determinante. Normalmente a maturação fisiológica do milho é marcada pelo surgimento de uma pontuação preta (camada preta) na base do grão, em reflexo da interrupção da ligação entre o grão e a planta mãe. Esse estádio é denominado de maturação fisiológica ou R6. Além disso, cabe destacar que para um adequado processo de colheita, deve atentar para  umidade dos grãos, sendo aconselhada a colheita quando os grãos atingirem umidade variando entre 14 e 15%.

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Referências:

CIAMPITTI, I. A.; ELMORE, R. W.; LAUER, J. FASES DO DESENVOLVIMENTO DA CULTURA DO MILHO. Kansas State University Agricultural Experiment Station and Cooperative Extension Service, 2016. Disponível em: < https://www.npct.com.br/npctweb/npct.nsf/article/BRS-3137/$File/MF3305BP-CornGrowth-portuguese_FINAL.pdf >, acesso em: 08/12/2021.

LYRA, G. B. et al. CRESCIMENTO E PRODUTIVIDADE DO MILHO, SUBMETIDO A DOSES DE NITROGÊNIO NOS TABULEIROS COSTEIROS DE ALAGOAS. Rev. Ceres, Viçosa, v. 61, n.4, p. 578-586, jul/ago, 2014. Disponível em: < https://www.researchgate.net/publication/265553532_Maize_growth_and_yield_under_nitrogen_levels_in_Coastal_Plains_of_Alagoas_Brazil >, acesso em: 08/12/2021.

MAGALHÃES, P. C.; DURÃES, F. O. M. FISIOLOGIA DA PRODUÇÃO DE MILHO. Embrapa, Circular Técnica, n. 76, 2006. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CNPMS/19620/1/Circ_76.pdf >, acesso em: 08/12/2021.

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