A incidência de plantas daninhas pode prejudicar o desenvolvimento e produtividade de culturas agrícolas como soja, milho, trigo entre outras. Segundo Luz et al. (2017), sob densidades populacionais de 64 plantas.m2, o azevém pode causar redução de até 58% na produtividade do trigo.

Já plantas daninhas como a buva (Conyza spp.) e o capim-amargoso (Digitaria insularis), em densidades populacionais de uma planta por metro quadrado, podem causar redução da produtividade da soja de 14% e 21% respectivamente (Supra Pesquisa).

Veja também: Perdas por matocompetição em soja – o caso da buva e do amargoso

Tendo em vista os efeitos negativos que a incidência de plantas daninhas pode desencadear na cultura da soja, o manejo e controle dessas daninhas torna-se uma tarefa fundamental no cultivo da soja, visando evitar perdas produtivas e qualitativas.

Entretanto, para um adequado posicionamento de produtos e controle eficiente de plantas daninhas, é preciso conhecer as espécies com resistência a herbicidas. Assim como o momento de controle, o posicionamento de herbicidas é de suma importância para um controle eficiente das daninhas.

Você conhece as principais espécies de plantas daninhas resistentes a herbicidas?

No trabalho intitulado “Impacto econômico da resistência de plantas daninhas a herbicidas no Brasil”, Adegas et al. (2017) listam as principais espécies de daninhas com resistência conhecida a herbicidas.

Tabela 1. Histórico dos relatos da ocorrência de plantas daninhas resistentes a herbicidas no Brasil, segundo critérios da Sociedade Brasileira da Ciência das Plantas Daninhas.

1 ALS – inibidor da enzima acetolactato sintase; ACCase – inibidor da enzima acetil coenzima-A carboxilase; EPSPs – inibidor da enzima 5-enolpiruvil shikimato-3-fosfato; Protox – inibidor da enzima protoporfirinogênio oxidase; PSII – inibidor do fotossistema II; PSI – inibidor do fotossistema I.
Fonte: Adegas et al. (2017), adaptado de Heap (2017).

Tabela 2. Histórico dos relatos da ocorrência de plantas daninhas resistentes a herbicidas no Brasil, segundo critérios da Sociedade Brasileira da Ciência das Plantas Daninhas. (Continuação da Tabela 1).

1 ALS – inibidor da enzima acetolactato sintase; ACCase – inibidor da enzima acetil coenzima-A carboxilase; EPSPs – inibidor da enzima 5-enolpiruvil shikimato-3-fosfato; Protox – inibidor da enzima protoporfirinogênio oxidase; PSII – inibidor do fotossistema II; PSI – inibidor do fotossistema I.
Fonte: Adegas et al. (2017), adaptado de Heap (2017).

Além do elevado número de plantas resistente a herbicidas, a resistência de algumas espécies ao glifosato é um dos fatores que mais preocupam no manejo de plantas daninhas. Isso porque o glifosato é o herbicida mais utilizado para controle de plantas daninhas em culturas com a tecnologia RR (Roundup Ready).



No cenário atual de plantas daninhas, existem plantas com resistência simples e múltipla ao glifosato, o que torna o controle dessas daninha ainda mais dificultoso do ponto de visto de manejo.

Figura 1. Plantas daninhas com resistência Isolado (simples) e múltipla a Herbicidas.

Fonte: Fernando Adegas, Embrapa Radar da Tecnologia Soja (2020).

Tendo em vista a dificuldade em controlar certas plantas daninhas, deve-se buscar alternativas que possibilitem manejá-las de forma eficiente, sendo uma das principais, a rotação de mecanismos de ação de herbicidas.

Segundo Adegas et al. (2017), existem mecanismos alternativos ao glifosato para controle de plantas daninhas. Os autores destacam alguns, especialmente para controle da azevém, buva e capim-amargoso, plantas daninhas frequentemente encontradas em lavouras de soja.

Tabela 3. Mecanismos de ação alternativos, com os respectivos ingredientes ativos dos herbicidas utilizados para fins da estimativa de controle de azevém, buva e capim-amargo, resistentes ao glifosato.

1 ACCase – inibidor da enzima acetil coenzima-A carboxilase; AGCL – inibidor da síntese de ácidos graxos de cadeia longa; ALS – inibidor da enzima acetolactato sintase; ANPr – inibidor da síntese de ácidos nucleicos e proteínas; GS – inibidor da glutamina sintetase; Mim. Auxina – mimetizador da auxina; Protox – inibidor da enzima protoporfirinogênio oxidase; PTb – inibidor da síntese da tubulina; PSI – inibidor do fotossistema I.
*Autorizado o uso do estoque de Paraquate no decorrer da safra 20/21.
Adaptado: Adegas et al. (2017).

Veja também: Anvisa autoriza uso de estoques de Paraquate na safra 20/21


Tendo em vista o impacto negativo causado por plantas daninhas, deve-se priorizar o controle eficiente e o manejo da resistência dessas plantas, utilizando alternativas como a rotação de mecanismos de ação, a utilização de herbicidas pré-emergentes e a boa e velha rotação de culturas, priorizando culturas que possibilitem cobertura residual do solo.

Confira o trabalho completo de Adegas et al. (2017) clicando aqui!

Para maior informações sobre espécies de plantas daninhas resistentes a herbicidas visite a Base da Dados Internacionais de Resistência de Planta Daninhas a Herbicidas clicando aqui!

ADEGAS, F. PALESTRA ONLINE – PLANTAS DANINHAS RESISTENTES: SUTUAÇÃO ATUAL E MANEJO. Embrapa – Radar da Tecnologia Soja. Disponível em:< https://www.youtube.com/watch?v=-HPHU1wHWfE >, acesso em: 26/11/2020.

ADEGAS, F. S. et al. IMPACTO ECONÔMICO DA RESISTÊNCIA DE PLANTAS DANINHAS A HERBICIDAS NO BRASIL. Embrapa, Circular Técnica, n. 132, 2017. Disponível em: < https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/1074026/impacto-economico-da-resistencia-de-plantas-daninhas-a-herbicidas-no-brasil >, acesso em: 26/11/2020.

LUZ, A. C. P. et al. INTERFERÊNCIA DA CONVIVÊNCIA DE POPULAÇÕES DE AZEVÉM E NABO NOS COMPONENTES DE RENDIMENTO DO TRIGO. Anais do 9º Salão Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão – SIEPE, 2017. Disponível em: < https://guri.unipampa.edu.br/uploads/evt/arq_trabalhos/13914/seer_13914.pdf >, acesso em: 26/11/2020.

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