Plantas daninhas competem com a soja por recursos como água, radiação solar e nutrientes do solo, restringindo o uso desses recursos pela cultura, limitando seu crescimento e potencial produtivo. Conforme observado por Meschede et al. (2004), o convívio de plantas daninhas com a cultura da soja reduz significativamente sua produtividade (figura 1). Segundo Gazziero & Silva (2017), dependendo da espécie de planta daninha e densidade populacional, perdas de produtividade superiores a 79% podem ser observadas em soja, como é o caso das plantas de caruru (Amaranthus palmeri).
Figura 1. Produtividade de soja, cv. BRS-133, em função de períodos iniciais crescentes na presença de plantas daninhas – Quarto Centenário-PR, 1999/2000.

Tendo em vista o impacto da presença de plantas daninhas na cultura da soja, o controle eficiente dessas plantas é fundamental para a manutenção da produtividade da soja, reduzindo a matocompetição. Conforme destacado pelo Pesquisador da CCGL, Mário Bianchi, o manejo de plantas daninhas em soja pode ser dividido em três etapas, sendo elas:
1°- Dessecação (pré-semeadura);
2°- Controle com herbicidas pré-emergentes;
3°- Controle com herbicidas pós-emergentes;
Visando um controle eficiente das plantas daninhas, a dessecação em pré-semeadura, preparando a área para a semeadura é uma das principais estratégias de manejo para o estabelecimento da cultura no “limpo”. Entretanto, a análise das condições da área a respeito das espécies de plantas daninhas e populações é fundamental para o sucesso da dessecação.
De maneira geral, aconselha-se a dessecação de plantas daninhas ainda nos estádios iniciais do seu desenvolvimento (figura 2), onde há maior sensibilidade das plantas aos herbicidas. No caso de plantas daninhas mais desenvolvidas, uma alternativa é a realização de aplicações sequenciais de herbicidas.
Figura 1. Planta de caruru em estádio inicial do desenvolvimento.
A segunda etapa, consistem na utilização de herbicidas pré-emergentes. Os herbicidas pré-emergentes apresentam importante papel no manejo e controle de plantas daninhas, atuando diretamente no banco de sementes do solo, inibindo e/ou prejudicando a germinação das sementes no banco de sementes do solo, reduzindo assim os fluxos de emergência de planta daninhas. Dependendo do herbicida, pode-se realizar a aplicação na modalidade plante-aplique ou aplique-plante. Entretanto, deve-se levar em consideração alguns critérios, como características de solo e produto, a fim de evitar danos à cultura da soja.
Veja mais: Quais os critérios para a utilização dos pré-emergentes?
Após o término do efeito residual dos herbicidas pré-emergentes, tem-se novos fluxos de emergência de plantas daninhas em meio a cultura da soja já semeada, sendo assim, deve-se fazer uso dos herbicidas pós-emergentes registrados para a cultura, para controle das plantas daninhas, preferencialmente ainda nos estádios iniciais do desenvolvimento delas (plantas daninhas com 3 a 4 folhas).
Confira abaixo as dicas do Pesquisador da CCGL, Mário Bianchi.
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Referências:
GAZZIERO, D. L. P.; SILVA, A. F. CARACTERIZAÇÃO E MANEJO DE Amaranthus palmeri. Embrapa, Documentos, n. 384, 2017. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/159778/1/Doc-384-OL.pdf >, acesso em: 22/09/2022.
MESCHEDE, D. K. et al. PERÍODO ANTERIOR A INTERFERÊNCIA DE PLANTAS DANINHAS EM SOJA: ESTUDO DE CASO COM BAIXO ESTANDE E TESTEMUNHAS DUPLAS. Planta Daninha, Viçosa-MG, v.22, n.2, p.239-246, 2004. Disponível em: < https://www.scielo.br/j/pd/a/M4xxvpqMdGW7LQQTMLBJSHm/?format=pdf&lang=pt >, acesso em: 22/09/2022.
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