A cotação do trigo, para o primeiro mês, melhorou um pouco durante a corrente semana, em Chicago, porém, não se sustentou. Assim, o bushel do cereal fechou a quinta-feira (11) em US$ 6,14, contra US$ 6,31 uma semana antes.
Enquanto se espera os números do relatório do USDA neste dia 12/05, o mercado registra que o plantio do trigo de primavera, nos EUA, atingia a 24% da área até o dia 07/05, enquanto a média histórica, para a data, é de 38%. Portanto, o mesmo está bastante atrasado. Já as condições das lavouras do trigo de inverno, na mesma data, apresentavam-se com 29% entre boas a excelentes, 44% entre ruins a muito ruins e 27% regulares.
Por sua vez, os EUA embarcaram 209.138 toneladas de trigo, ficando um pouco acima do limite mínimo esperado pelo mercado. Na totalidade do atual ano comercial, os EUA já embarcaram 18,5 milhões de toneladas, ou seja, 3% a menos do que o registrado no mesmo período do ano anterior.
E na Argentina, diante de uma das piores secas da história, o novo plantio de trigo tende a recuar na principal região de produção do vizinho país. Até o final da semana passada, apenas 33% da área estimada havia sido plantada. Em condições normais, a área semeada na região deveria estar ao redor de dois milhões de hectares, porém, com a falta de chuvas o plantio chegou a apenas 650.000 hectares até o momento. Por enquanto, segundo relatório da Bolsa de Rosário, a área destinada ao trigo é 50% menor do que o registrado em 2022. Tal área só encontra comparação no plantio de 2015. Enquanto isso, a produção final da última safra de trigo, na Argentina, teria ficado em apenas 11,5 milhões de toneladas, contra uma expectativa inicial de até 23 milhões de toneladas.
Por outro lado, no mercado interno brasileiro os preços do trigo recuaram um pouco mais durante a semana, com a média gaúcha alcançando R$ 68,25/saco, com as principais praças locais praticando R$ 68,00. Já no Paraná o preço caiu para R$ 69,00/saco nas principais regiões produtoras.
O quadro continua sendo de pouco interesse de compra por parte dos moinhos nacionais, e de elevada oferta, especialmente no Rio Grande do Sul. Neste contexto, importante se faz destacar que as mais recentes estatísticas da Conab não confirmam a safra de 10,5 milhões de toneladas de trigo, que teriam sido colhidas no Brasil em 2022. O número que ela aponta chega a 9,77 milhões de toneladas, com 4,9 milhões no Rio Grande do Sul e 3,5 milhões de toneladas no Paraná. A produtividade média nacional teria ficado em 3.165 quilos/hectare, ou seja, 52,8 sacos/hectare
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Fonte: Informativo CEEMA UNIJUI, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum¹
1 – Professor Titular do PPGDR da UNIJUI, doutor em Economia Internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA (FIDENE/UNIJUI).