Autores: Prof. Dr. Argemiro Luís Brum e Jaciele Moreira.

As cotações do trigo em Chicago acabaram recuando um pouco nesta semana mais curta devido ao feriado da segunda-feira nos EUA. Assim, o primeiro mês cotado fechou a quinta-feira (10) em US$ 5,40/bushel, contra US$ 5,43 uma semana antes.

A pressão da entrada da nova safra estadunidense ajudou a baixar um pouco estas cotações nesta semana, além da expectativa quanto aos números que virão no relatório de oferta e demanda deste dia 11/09.

Nos EUA, a colheita do trigo de primavera chegava, no dia 06/09, a 82% da área, contra a média histórica de 87% nesta época do ano.

Em termos das exportações, os EUA, na semana anterior, venderam 585.400 toneladas, sendo que 250.800 toneladas daquele total foram para a China. O volume total semanal exportado ficou próximo do máximo esperado pelo mercado.

Por sua vez, na Argentina as chuvas dos últimos dias ajudaram a recuperar a safra de trigo, que vinha muito afetada pela seca. Os produtores argentinos plantaram 6,5 milhões de hectares de trigo que serão colhidos em dezembro e janeiro próximos. O vizinho país ainda espera colher cerca de 20 milhões de toneladas do cereal, apesar das geadas, granizo e seca que atingiram nos últimos tempos as diferentes regiões produtoras. Neste sentido, regiões como Córdoba e oeste de Santa Fé terão dificuldades para atingir o seu potencial produtivo segundo técnicos argentinos.



No Brasil, a quebra com a geada de final de agosto já começa a impactar nos preços aos produtores. Embora ainda não totalmente contabilizadas, incluindo a queda na qualidade do grão a ser colhido, a quebra deverá provocar no Paraná um recuo de pelo menos 50% na sua safra do cereal, enquanto o Rio Grande do Sul perderia 35%, havendo regiões que se aproximam de 80%.

Desta forma, se a média gaúcha no balcão fechou a semana em R$ 58,00/saco, no oeste do Paraná, Estado que já está colhendo o cereal, os preços pularam para R$ 65,00/saco. Já no norte daquele Estado a média ficou em R$ 61,00 no final da corrente semana.

No Rio Grande do Sul, até o dia 03/09, 45% das lavouras estavam em germinação e desenvolvimento vegetativo, 40% em floração e 15% na fase de enchimento de grãos. (cf. Emater)

A questão passa a ser agora o volume final de trigo de qualidade superior que o Brasil conseguirá colher, fato que definirá o preço do cereal especialmente na virada do ano. Junto a isso, contará igualmente o valor do Real em relação ao dólar. Em o mesmo recuando para níveis de R$ 5,00 no final do ano, as importações da Argentina ficam mais baratas e podem pesar negativamente sobre os preços do trigo nacional.


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Fonte: Informativo CEEMA UNJUÍ, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum (1) e de Jaciele Moreira (2).

1 – Professor do DACEC/UNIJUI, doutor em economia internacional pela EHESS de Paris França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA.
2-  Analista do Laboratório de Economia da UNIJUI, bacharel em economia pela UNIJUÍ, Tecnóloga em Processos Gerenciais – UNIJUÍ e aluna do MBA – Finanças e Mercados de Capitais – UNIJUÍ e ADM – Administração UNIJUÍ

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