Autor: Dr. Argemiro Luís Brum

As cotações do trigo em Chicago, pressionadas pela colheita nos EUA, recuaram bastante nesta semana. O fechamento desta quinta-feira (08), para o primeiro mês cotado, ficou em US$ 6,12/bushel, contra US$ 6,58 uma semana antes, retornando aos patamares que não eram vistos desde o dia 1º de abril passado.

A colheita do trigo de inverno nos EUA chegava a 45% da área até o dia 04/07, contra 53% na média histórica. Quanto as condições das lavouras a colher, 47% estavam entre boas a excelentes, 30% regulares e 23% entre ruins a muito ruins. Já o trigo de primavera apresentava 16% entre boas a excelentes condições, 34% regulares e 50% entre ruins a muito ruins.

Quanto às exportações, os EUA embarcaram 258.438 toneladas na semana encerrada em 1º de julho, ficando um pouco acima da parte mínima esperada pelo mercado. O total embarcado no atual ano comercial 2021/22, iniciado em 1º de junho, chega a 1,79 milhão de toneladas, sendo 26% menor do que o registrado um ano antes.

Aqui no Brasil, os preços do trigo continuam em baixa. A média semanal no Rio Grande do Sul ficou em R$ 76,19/saco, enquanto no Paraná os preços oscilaram entre R$ 79,00 e R$ 80,00/saco.

As geadas que atingiram o sul do país na semana passada prejudicaram algumas lavouras paranaenses, semeadas mais cedo, porém, de forma geral elas foram pouco atingidas. A tendência, em safra normal, é de os preços recuarem mais no momento da colheita, a partir de setembro. Mesmo assim, no mais longo prazo, diante da forte quebra na safra de milho, e das elevações de seus preços, o trigo deverá ser muito procurado, fato que pode elevar seus preços para o início do próximo ano. Obviamente, esse quadro dependerá muito da futura colheita do cereal. Em havendo nova frustração do trigo, o quadro de retomada das altas deverá vir mais cedo.

Em termos de plantio, enquanto o Paraná está com o mesmo encerrado, no Rio Grande do Sul ele atingia a 75% da área esperada até o início da corrente semana. O mesmo, após uma semana de tempo firme, deve estar praticamente encerrado neste momento no Estado gaúcho.


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Fonte: Informativo CEEMA UNIJUI, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum (1)

1 – Professor Titular do PPGDR da UNIJUI, doutor em Economia Internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA (FIDENE/UNIJUI).

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