Autores: Prof. Dr. Argemiro Luís Brum e Jaciele Moreira.
As cotações do trigo em Chicago voltaram a subir nesta semana, fechando a quinta-feira (01/10) em US$ 5,70/bushel, contra US$ 5,49 uma semana antes. A média de setembro fechou em US$ 5,48, ficando 6,6% acima da média de agosto. Um ano antes, em setembro de 2019, a média havia sido de US$ 4,79/bushel.
O relatório de estoques trimestrais, na posição 1º de setembro, anunciado neste último dia 30/09, apontou para um recuo de 8% no total estocado em trigo nos EUA, em comparação ao mesmo período de 2019. Tais estoques seriam de 58,8 milhões de toneladas Paralelamente, os EUA embarcaram 563.427 toneladas de trigo na semana encerrada em 24/09, ficando o volume dentro do esperado pelo mercado.
No atual ano comercial o país já exportou 9,2 milhões de toneladas, ou seja, 8,2% acima do volume de igual período do ano anterior. Na semana do 17/09 as exportações tinham chegado a 351.200 toneladas para o ano 2020/21. Os principais compradores do trigo estadunidense são a Coreia do Sul, o Vietña, o Japão, as Filipinas e a Nigéria.
Aqui no Brasil, os preços se mantêm elevados. A média gaúcha fechou a semana em R$ 58,35/saco, enquanto no Paraná os preços oscilaram entre R$ 65,50 e R$ 67,00/saco. A colheita do trigo avança no Paraná, tendo chegado a 63% da área, porém, a falta de chuva deve prejudicar a qualidade de boa parte das lavouras ainda a colher, reduzindo mais o volume final após os estragos provocados pelas geadas de agosto.
No Rio Grande do Sul, onde a falta de chuvas e o forte calor provocam ainda perdas, após as geadas e granizo terem provocado cerca de 30% a 40% de prejuízos, a produção final será bem menor do que as 3 milhões de toneladas que o otimismo exagerado anunciava no início do plantio. Algumas chuvas beneficiaram certas regiões produtoras, porém, ainda estão longe de serem ideais.
Segundo a Emater, em 24/09 cerca de 53% das lavouras gaúchas estavam na fase de enchimento de grãos e 9% em maturação. O forte calor vem provocando o surgimento de doenças nas lavouras locais.
Da forma como o quadro se apresenta, possivelmente os preços do trigo nacional não cederão muito. Especialmente agora em que as importações voltaram a encarecer devido a nova desvalorização do Real neste final de setembro.
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Fonte: Informativo CEEMA UNJUÍ, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum (1) e de Jaciele Moreira (2).
1 – Professor do DACEC/UNIJUI, doutor em economia internacional pela EHESS de Paris França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA.
2- Analista do Laboratório de Economia da UNIJUI, bacharel em economia pela UNIJUÍ, Tecnóloga em Processos Gerenciais – UNIJUÍ e aluna do MBA – Finanças e Mercados de Capitais – UNIJUÍ e ADM – Administração UNIJUÍ