Autor: Prof. Dr. Argemiro Luís Brum

As cotações do trigo, para o primeiro mês, em Chicago, após recuarem no dia 17/06, puxadas pelo tombo da soja, voltaram aos seus patamares anteriores nesta semana, com o fechamento desta quinta-feira (24) ficando em US$ 6,51/bushel, contra US$ 6,39 uma semana antes.

A colheita do trigo de inverno nos EUA atingiu a 17% da área no dia 20/06, contra 26% na média histórica. Já as condições das lavouras que restavam colher estavam em 49% entre boas a excelentes, 31% regulares e 20% entre ruins a muito ruins. Por sua vez, o trigo de primavera apresentava 27% das lavouras entre boas a excelentes, 36% regulares e 37% entre ruins a muito ruins.

Enquanto isso, as exportações estadunidenses de trigo somaram 548.578 toneladas na semana encerrada em 17/06, ficando o volume acima do esperado pelo mercado. Com isso, no atual ano comercial iniciado em 1º de junho, o total exportado alcança 1,24 milhão de toneladas, ficando 16% abaixo do registrado no mesmo período do ano anterior.

E no Brasil os preços do trigo igualmente recuaram, na esteira da soja e do milho. O recuo dos preços internacionais; a revalorização do Real, que permite importar mais barato; e o desenvolvimento adequado da atual safra nacional estão no centro de tal baixa igualmente. Assim mesmo, a demanda nacional pelo cereal não se mostra aquecida.

A média gaúcha fechou a semana em R$ 77,46/saco, contra R$ 82,39 na semana passada. No Paraná, os preços oscilaram entre R$ 74,00 e R$ 76,00/saco, contra R$ 80,00 e R$ 81,00 na semana anterior.

Neste contexto, a Emater/RS divulgou nesta semana que a safra de trigo gaúcha, neste ano, crescerá 37,8% em relação a parcialmente frustrada safra passada. Mesmo partindo de uma comparação mais baixa do que o normal, o crescimento é importante. A área semeada seria de 1,08 milhão de hectares (13,3% sobre o ano anterior), fato que gerará uma produção final, em clima normal, de 2,89 milhões de toneladas.

Quanto as importações nacionais de trigo, em maio passado o país aumentou em 26,3% as mesmas, atingindo a 591.000 toneladas no mês, representando também um crescimento de 37,2% sobre a média mensal histórica.

Enfim, a título de complemento, a Conab indicou que neste momento a região Sul brasileira é responsável por 88% da área de produção do trigo nacional. A expectativa é que em 2021 os estados do Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina produzam sobre um total ao redor de 2,3 milhões de hectares. Já o principal centro de consumo do Brasil é a região Sudeste, com 42,3% do total, seguido do Nordeste (22,5%), Sul (19,4%), Norte (10,3%) e Centro-Oeste (5,5%). A estimativa para esta safra é uma produção nacional de 6,7 bilhões de toneladas de trigo.


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Fonte: Informativo CEEMA UNIJUI, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum (1)

1 – Professor Titular do PPGDR da UNIJUI, doutor em Economia Internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA (FIDENE/UNIJUI).

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