Na entressafra das culturas, o uso de plantas de cobertura é uma alternativa na rotação e sucessão de cultivos agrícolas. Um fator importante para essa prática é a capacidade das plantas de cobertura em contribuir na melhoria de aspectos físicos e estruturais do solo. Pensando em apresentar uma variedade de planta de cobertura que pode ser adotada na entressafra e que apresenta resultados positivos nas lavouras, a Emater/RS-Ascar, vinculada à Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), promoveu no último dia 14, no município de Nonoai, RS, um Dia de Campo sobre a Crotalária Ochroleuca, uma leguminosa de rápido crescimento, que proporciona boa fixação biológica de Nitrogênio e seu agressivo sistema radicular melhora a qualidade física do solo.

A atividade foi realizada na propriedade do agricultor João Paulo de Moraes, interior de Nonoai, e reuniu produtores interessados em conhecer mais sobre essa cultivar. O agricultor João Paulo fez o plantio da Crotalária ochroleuca em março deste ano, no período chamado vazio outonal, momento em que grande parte das lavouras da região ficam em pousio, sem cultivo. A explicação técnica e as orientações sobre a cultivar foram feitas pelo extensionista rural da Emater/RS-Ascar e coordenador regional de manejo de recursos naturais, Carlos Roberto Olczevski.

“A Crotalária Ochroleuca é uma espécie fixadora de Nitrogênio no solo (200 a 300 kg/ha) e grande produtora de massa seca (7 a 10 ton/ha), com bom desenvolvimento no outono. Apesar de ser uma espécie recomendada para climas quentes, esta cultivar se apresenta como uma alternativa viável de planta de cobertura para ser implantada após a colheita da soja ou milho e no pré-plantio do trigo, milho ou soja, para melhoria das condições do solo”, explicou Olczevski.

Durante a atividade, o extensionista falou sobre os resultados do uso da Crotalária na lavoura através de uma trincheira, mostrando o sistema radicular pivotante da planta, a nodulação presente nas raízes e seus benefícios. Além da possibilidade de ser cultivada sozinha, a Crotalária pode ser consorciada com milheto. A cultivar, assim como o sorgo e o capim sudão, em sucessão à soja ou milho, é uma alternativa de produção de matéria seca (palha) no período de vazio outonal.

De acordo com o extensionista da Emater/RS-Ascar, o cultivo da Crotalária Ochroleuca, bem como de outras espécies em sucessão à soja e milho, tem potencial de avançar na região, como uma possibilidade de fornecimento mínimo de dez a 12 toneladas de matéria seca por hectare ano, além de fazer a fixação de Nitrogênio no solo e a reciclagem de nutrientes, melhorando a estrutura dos solos e sua capacidade produtiva. “Com um solo bem manejado, poderemos aumentar a média de produtividade dos grãos na região, que ainda é baixa, comparando-se ao potencial genético das cultivares e à adubação utilizada”, finalizou Olczevski.

Fonte: FEBRAPDP – Federação Brasileira do Sistema Plantio Direto

Autor: Por Marcela Buzatto, Assessoria de Imprensa Emater/RS-Ascar

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