A prática da dessecação do trigo é utilizada por muitos produtores na Região Sul para uniformizar a lavoura ou antecipar a colheita. A Embrapa Trigo alerta para alguns cuidados para evitar perdas na operação.

A reta final da lavoura de trigo na Região Sul, especialmente RS e SC, coincide com o clima instável da primavera. Com os grãos já formados, os produtores aguardam encerrar a maturação para realizar a colheita, muitas vezes prejudicada com dias consecutivos de chuva que causam perdas quantitativas e qualitativas no trigo.

Outro motivo para antecipar a colheita do trigo é a semeadura da soja que, em alguns locais, mostra melhores rendimentos com a implantação das lavouras na primeira quinzena de outubro.

A uniformização da lavoura e antecipação da semeadura da soja são as principais vantagens em fazer a dessecação do trigo. Como desvantagens estão o risco de menor germinação das sementes, queda no rendimento de grãos, falhas no manejo de plantas daninhas e, principalmente, resíduos de herbicida no grão. Ainda, o trigo dessecado agrega mais custos à produção, com gasto em dessecante e operação de pulverização.



Segundo o pesquisador da Embrapa Trigo, Leandro Vargas, o único produto registrado para dessecação do trigo hoje é glufosinato de amônia, na dose de 1,75 l/ha, que seca a lavoura lentamente sem interromper bruscamente o enchimento de grãos.

“A dessecação na maturação fisiológica (momento indicado para a operação) pode antecipar a colheita em, no máximo, seis dias. Pensando em antecipar a semeadura da soja, acredito que dessecar para colher o trigo apenas seis dias mais cedo não vai trazer vantagem. Não aumenta a produção da soja e pode afetar o rendimento do trigo”, avalia Vargas.

Clique aqui e ouça a entrevista com o pesquisador Leandro Vargas.

Na cooperativa Cotribá, com sede em Ibirubá, RS, o departamento técnico acompanha cada lavoura para definir a melhor estratégia ao longo da produção. De acordo com o engenheiro agrônomo Vinícius Floss, a prática da dessecação no trigo somente é utilizada em lavouras que estão finalizando com maturação desuniforme. Outra preocupação é com o uso de produtos registrados.

Clique aqui e saiba como é trabalhada a dessecação do trigo na Cotribá na entrevista com o engenheiro agrônomo Vinícius Floss. 

Fonte: Embrapa

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