Uma pesquisa encomendada pelo Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg) sobre o uso de defensivos agrícolas no Brasil apontou a diminuição de 2% no custo médio do produto em 2019. O estudo, feito pela consultoria Spark, entrevistou 18 mil produtores rurais em todo o Brasil de janeiro a dezembro e indicou uma redução de US$ 9,09, em 2018, para US$ 8,90 em 2019. Julio Borges Garcia, presidente do Sindiveg, atribui a queda a dois fatores principais: a ampla oferta de produtos, que enfatiza a concorrência, e a oscilação do câmbio no decorrer do ano passado.
“O custo por hectare caiu cerca de 2%, com grande depreciação cambial, entrada de novos produtos, saída de outros e chegada de genéricos”, explica. Além de maior disponibilidade de produtos no mercado, Garcia diz que o desenvolvimento de tecnologias culmina na menor quantidade de aplicações e, por consequência, resulta na diminuição do custo. O argumento também é embasado no resultado da pesquisa, que mostra que, em 2018, foram 914.530 toneladas aplicadas ante 975.165 toneladas em 2019.
“Isso significa uma redução em média por aplicação, queda de 1% do produto aplicado por hectare”, diz Garcia em entrevista à Globo Rural. Quanto à decisão publicada no fim de fevereiro pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que torna automática a concessão do registro de agrotóxicos, Garcia põe em dúvida se a estratégia da pasta é reduzir o custo para o produtor rural.
“Não sei se esse é o objetivo, de fato. O agricultor precisa de um produto que resolva o problema, formulações mais eficientes, para que aplique menos dose. Preço, por si só, já existe bastante”, defende o presidente do Sindiveg, que congrega 27 das 34 indústrias de defensivos químicos do país, mas é responsável por apenas 40% do setor, já que as grandes multinacionais não são representadas pela instituição.
Fonte: VS Comunicação, disponível em Fecoagro