Os custos de produção da safra 2021/22 de soja no Rio Grande do Sul são estimados em R$ 4.800,76 por hectare. A estimativa da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Rio Grande do Sul (FecoAgro/RS) leva em conta uma produtividade média de 60 sacas por hectare. O valor é 31,78% superior aos R$ 3,643 mil por hectare na safra passada. Se considerado apenas o desembolso, o valor fica em R$ 3.098,25 por hectare, uma alta de 29,98% ante 20/21.
Para cobrir os custos de produção da soja, o produtor gaúcho deve colher 29,1 sacas de 60 quilos por hectare, 22,53% a menos do que as 37,56 sacas necessárias um ano atrás. Em 2019/20, era preciso um rendimento de 49,83 sacas por hectare para pagar a safra.
Os bons preços da soja favorecem a relação de troca, que é a melhor nas últimas nove safras. A alta dos custos de produção leva em conta, principalmente, o aumento dos insumos, em especial os fertilizantes. Segundo o economista da FecoAgro/RS, Tarcísio Minetto, alguns produtos aumentaram também em dólar. Além disso, subiram também os preços dos combustíveis e do maquinário agrícola. O presidente da entidade, Paulo Pires, chamou a atenção para o seguro agrícola, que, segundo ele, é o segundo ponto mais caro nos custos de produção, atrás apenas dos fertilizantes.
“O cenário no momento é favorável, pois os preços pagos ao produtor aumentaram mais do que os insumos, nossa preocupação é para que o mercado não caia. Para realizar em termos de insumos e vendas, o produtor tem que comprar todos seus insumos e contratar a produção para o ano que vem. Levando em conta o que aconteceu na safra passada. Não sei se o produtor terá tanta disposição para fazer contratos futuros”, disse Pires, lembrando que, quando 35% da safra já estava pré-comercializada, os preços dispararam significativamente.
Fonte: Agência SAFRAS