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Degraus para altas produtividades com sustentabilidade de milho

Para estabelecer uma lavoura com alta produtividade e sustentabilidade, é fundamental seguir uma série de etapas essenciais que ajudam a identificar o manejo adequado para maximizar o potencial da cultura e garantir a rentabilidade da produção.

Os primeiros degraus formam a base para os seguintes, começando pelos elementos que determinam o potencial produtivo, passando pelos fatores que impõem limitações e, finalmente, pelos aspectos que diminuem a produtividade. Além disso, é feita uma análise de como as lavouras estão sendo geridas atualmente e o impacto de cada fator na possibilidade de melhorar a produtividade.

Figura 1. Fatores para a construção de lavouras de altas produtividades de milho.
Fonte: Equipe Field Crops

O primeiro fator listado na escada é a água, que é o principal limitante da produtividade agrícola globalmente. Sob condições ideais, é possível obter uma produção de 45 kg de grãos de milho por hectare para cada milímetro de água disponível durante o ciclo de cultivo. Para reduzir os impactos das secas, uma solução é a irrigação em áreas adequadas para essa prática.

Além disso, aumentar a capacidade do solo de suportar o crescimento das raízes, melhorar a infiltração das chuvas e o armazenamento de água, por meio da melhoria das propriedades físicas e químicas do solo, também contribui para aumentar a disponibilidade de água para as plantas.

O momento da semeadura é um dos principais instrumentos que o produtor tem para ajustar o manejo da cultura, já que ele permite modificar fatores que influenciam o potencial produtivo da lavoura.

Escolhendo a época de semeadura apropriada, é possível criar um ambiente mais favorável para o desenvolvimento das plantas. Isso pode incluir expor a cultura a condições mais adequadas de temperatura, radiação e coeficiente fototérmico, ou ainda minimizar o risco de que períodos de seca coincidam com as fases críticas de formação dos componentes de produtividade.

A densidade e a distribuição das plantas também são fatores cruciais na escalada da produtividade. O índice de área foliar (IAF), que mede a área de folhas verdes em relação à área de solo, está diretamente relacionado com a produtividade da cultura.

A produtividade tende a aumentar com o IAF até atingir um ponto ótimo, onde o IAF deixa de ser um fator limitante e seu aumento não resulta mais em maiores rendimentos. A população de plantas é um aspecto do manejo que pode influenciar o IAF da cultura do milho.

A qualidade da distribuição das plantas afeta a produtividade, pois uma distribuição mais uniforme das sementes garante que os recursos sejam divididos de forma mais equitativa entre as plantas, reduzindo a competição interna. Além disso, uma boa qualidade na semeadura evita lacunas nas lavouras, permitindo que luz, água e nutrientes sejam melhor aproveitados em toda a área cultivada, aumentando assim a eficiência no uso dos recursos.

A genética também está entre os fatores que definem o potencial produtivo da lavoura, sendo a escolha correta primordial para o sucesso da lavoura. Para isso, vários aspectos devem ser considerados, como a estabilidade e adaptabilidade do híbrido, nível de tecnologia adotado na lavoura, nível de risco do cultivo e sistema produtivo adotado.

O ciclo de desenvolvimento do genótipo é um dos principais fatores que influenciam na produtividade, onde um dia a mais no ciclo de desenvolvimento do híbrido pode resultar em um aumento de 80 kg ha-1 na produtividade.

No milho, o principal nutriente requerido é o nitrogênio, seguido pelo potássio e fósforo. Em condições potenciais podemos produzir 55 kg de grãos de milho para cada kg de nitrogênio aplicado. Já para o potássio, produzimos 50 kg de milho por kg do nutriente. Para o fósforo podemos produzir até 220 kg de milho por kg de fósforo aplicado. Logo, devemos adequar a quantidade de nutrientes (oferta) com o potencial produtivo do cultivo, para ter o melhor retorno ao investimento (custo-benefício).

Os degraus de insetos, plantas daninhas e doenças são significativos na produtividade. Muitos insetos causam perdas de produtividade por reduzirem a área foliar das plantas, diminuindo assim o IAF, levando a uma redução da produtividade. Eles afetam principalmente dois componentes de produtividade: o número de plantas por área e o número de grãos por área.

Assim como o controle de insetos, plantas daninhas e doenças são fatores que reduzem a produtividade da lavoura. As plantas daninhas competem com a cultura por água, nutrientes e radiação solar. Já as doenças afetam diretamente a cultura, diminuindo a área foliar verde dos cultivos ou o número de plantas por área.

Para atingir altos níveis de produtividade e garantir a sustentabilidade na cultura do milho, é essencial seguir uma abordagem estruturada, que inclui vários degraus interligados. Ao integrar esses fatores de maneira eficaz, o produtor pode alcançar uma produção de milho que não só é mais produtiva, mas também sustentável, atendendo às demandas atuais e preservando os recursos para o futuro.

Referências Bibliográficas

ECOFISIOLOGIA DO MILHO: VISANDO ALTAS PRODUTIVIDADES / ISABELA BULEGON PILECCO… [ET AL.]. 2. ED. SANTA MARIA: [S. N.], 2024.
Para adquirir o livro físico da 2ª edição da Ecofisiologia do milho: visando altas produtividades, acesse o site: https://www.equipefieldcrops.com/



Equipe Mais Soja
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