O Departamento de Economia Rural-Deral-PR divulgou nesta quinta-feira sua primeira estimativa de área a ser plantada para a próxima safra de trigo no Paraná, colocando-a em 1,1 milhão de hectares, contra 1,03 milhão de hectares da safra anterior. O pequeno aumento de quase 10% pode ocorrer por conta das áreas que perderem a janela de plantio de milho safrinha, devido ao atraso do plantio e colheita da soja.
Mas, mesmo que esta estimativa não fuja muito da área plantada no ano passado, o mesmo pode não acontecer com a produção. Na safra 2019/20, por conta das intempéries climáticas na colheita, a safra paranaense perdeu cerca de 1,2 milhão de toneladas em relação à sua expectativa inicial, colhendo apenas 2,24 MT. Se o clima ajudar neste ano, a perspectiva é colher algo ao redor de 3,40 MT, quase empatando com o melhor desempenho do estado em 2016.
Esta estimativa corresponde à pesquisa que a própria T&F está fazendo nas várias regiões do estado, em que inicialmente todos falam em apenas manter a área do ano passado. O principal fator negativo alegado são as perdas climáticas por três anos consecutivos e que não querem arriscar mais.
A favor do aumento da área, porém, há dois fatores:
a) os preços altos do trigo neste momento, em que alcança cerca de R$ 1.100,00/ton no mercado de lotes e R$ 52,00/saca para o produtor, que são cerca de 57,14% acima do preço inicial desta safra no atacado e 23% acima do preço de balcão, até o momento. Os próprios preços já negociados para a próxima safra, ao redor de R$ 900,00/t, são estimulantes;
b) a muito provável quebra da safra argentina de grãos deverá reduzir a disponibilidade de trigo daquele país, inclusive para o Brasil, mantendo elevados os preços do trigo brasileiro e com boa demanda. Resta saber se estes argumentos sensibilizarão os agricultores a tempo.
Fonte: T&F Agroeconômica
