Com o dólar buscando uma acomodação nos últimos dias, os preços do trigo no mercado brasileiro voltaram a se a aproximar da paridade de importação no início da semana. Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Élcio Bento, “esse é um movimento esperado diante da estimativa de aperto no abastecimento doméstico e da maior necessidade de compras internacionais”.
Os produtores seguem na defensiva, acreditando que as incertezas no quadro externo e a escassez no quadro doméstico possam favorecer momentos mais atrativos para comercializar. O aperto interno, mesmo com uma safra recorde, deve-se aos bons volumes exportados.
Somente o Rio Grande do Sul vendeu quase 2,7 milhões de toneladas para o exterior e sua próxima safra só ingressa em meados de outubro. No Paraná a colheita ganha corpo a partir de segunda quinzena de setembro. Até lá, os vendedores acreditam que poderão encontram momentos mais atrativos para comercializar.
Outro fator que favoreceu a acomodação é o sentimento de que os preços internacionais já precificaram as incertezas relacionadas à guerra na Ucrânia. A expectativa é de um abrandamento da tensão relacionada ao conflito entre Rússia e Ucrânia e de uma manutenção do dólar em baixa frente ao padrão monetário local. Com isso, e com a próxima safra do Hemisfério Norte se aproximando, os compradores acreditam que possam encontrar momentos mais oportunos para negociar.
Assim, o mercado brasileiro de trigo segue com reduzido volume de negócios e com preços abaixo daqueles verificados logo depois da explosão das cotações internacionais.
Fonte: Agência SAFRAS