Essa revisão tem por objetivo observar o efeito da temperatura e umidade sobre
Trichoderma sp. no controle de Sclerotinia sclerotiorum na cultura da soja.

Autores: Elizabete Lourenço Pires¹

Introdução

Os danos que as doenças causam na soja são indiscutíveis, e, o potencial de danos cresce conforme as áreas de plantio aumentam, e os problemas fitossanitários surgem. Quando os problemas fitossanitários surgem em uma determinada região, tende a se a estender-se para outras, tornando-se um problema regional, e podendo ser até nacional (DALL’AGNOL, 2016). Segundo Cardoso (1990), o fungo Sclerotinia sclerotiorum causa uma doença conhecida como mofo branco, cujos sintomas ao surgirem na planta, apresentam uma podridão úmida, coberta por um micélio de cor branca e cotonosa, que fica retido na superfície do solo e dos tecidos das plantas causando danos. Produz uma estrutura de resistência denominada escleródios que sobrevivem durante muitos anos no solo. Para redução dos inóculos dos patógenos no solo, o uso de agentes de biocontrole tem crescido bastante.

Espécies de fungos como Trichoderma sp, vem sendo recomendada e utilizado para o controle de diversas doenças (FERNANDES et al, 2007). Estes fungos apresentam potencial para o controle de diversas espécies de fungos, além disso, promovem o crescimento vegetal. Pesquisas realizadas com diferentes culturas mostram a capacidade desse fungo crescer com a ausência de fitopatógeno. O aumento da produção de Trichoderma sp, para uso comercial, industrial, na busca de alternativas para o controle de microrganismos maléficos, que estão presentes no solo e nas sementes (FERNANDES et al, 2007). O tratamento com Trichoderma sp. pode ser feito por cobertura, imersão ou pulverização com as formulações que são encontradas no mercado. As principais formulações que são encontradas no mercado são: suspensão concentrada, pó molhável, grânulos ou pellets e emulsão de água em óleo (LUCON, 2009).

De acordo com Lucon (2009) a aplicação de isolados de Trichoderma sp. durante o plantio, ao ser aplicado no solo ajuda no controle de patógenos presentes no solo. Ele pode ser aplicado em mudas de viveiros, sementes e substrato de crescimento. Podendo ser aplicado no plantio e antes do plantio. Embora, é recomendado que se aplique de forma preventiva, para ajudar na redução da presença de patógenos menores e maiores no solo (LUCON, 2009).

É importante observar que produtos à base de microorganismos diferem dos químicos, pois, estes não podem ser utilizados em áreas geográficas com condições ambientais e biológicas divergentes ao seu ambiente natural, isso porque organismos vivos necessitam sobreviver e se multiplicar na planta ou no ambiente onde ele será aplicado (LUCON, 2009). Essa revisão tem por objetivo observar o efeito da temperatura e umidade sobre Trichoderma sp. no controle de Sclerotinia sclerotiorum na cultura da soja.

Material e Métodos

Este estudo se constitui em uma revisão de literatura. Buscando resultados em trabalhos científicos, livros, revistas e resumos expandidos. Isolados de Trichoderma sp. podem ser aplicados antes ou no momento do plantio da cultura. É recomendado que se aplique de forma preventiva, para ajudar na redução da presença de patógenos menores e maiores no solo (LUCON, 2009).

Resultados e Discussão

A eficiência do produto que será aplicado, pode ser afetada pelos fatores bióticos e abiótico, isso, por serem sensíveis, ainda mais quando comparado aos produtos químicos (LUCON, 2009). Figura 1, escleródio de mofo branco.

Escleródio de mofo branco.
Fonte:
https://www.grupocultivar.com.br/artigos/mofo-branco-desafios-do-manejo-na-cultura-da-soja

Trabalho realizado por Fernandes et al (2007), mostra que em temperaturas entre 25 e 30 ºC houve crescimento de Trichoderma no tratamento controle e no tratamento com fungicida, todavia, não foi possível concluir se o crescimento foi determinado pelo isolado aplicado ou por isolado nativo do solo. Em temperaturas com 35 ºC não houve germinação de escleródios e nem ocorreu atividade parasítica de Trichoderma spp. Em trabalho realizado por Guareschi et al (2012) a aplicação de Trichoderma sp. promoveu crescimento na parte aérea em raízes de girassol e de soja. Os isolados utilizados foram mais eficientes no controle no controle das doenças entre as temperaturas de 20 a 30 ºC. Segundo Guareschi et al (2012), em temperaturas muito altas ou muito baixas (15 e 35 ºC), nenhum isolado foi eficiente. Levando-se em consideração que Sclerotinia sclerotiorum causa mais danos em temperaturas mais baixas (15 a 25 ºC). Em isolados testado por Fernandes et al (2007), apresentaram capacidade de controle dos patógenos em temperaturas amenas com aplicação de Trichoderma sp.

Conclusão

Temperaturas acima de 35 ºC o Trichoderma sp. não se torna eficiente no controle de Sclerotinia sclerotiorum. Já para temperaturas entre 20 a 25ºC, haverá parasitismo. Em temperaturas amenas o Trichoderma sp, não é eficiente no controle de mofo branco.

Referências

CARDOSO, J. E. Doenças do feijoeiro causadas por patógenos de solo. Embrapa Arroz e Feijão, 30, 1990.

DALL’AGNOL, A. A Embrapa Soja no contexto do desenvolvimento da soja no Brasil: histórico e contribuições. Brasília, DF. Embrapa, 2016. Disponível em: https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/142568/1/Livro-EmbrapaSoja desenvolvimento-BROL.pdf. Acessado em: 17/06/2019.

FERNANDES, M.; MORANDI, M. A. B.; SANTOS, E. R. dos.; COSTA, L. B. Efeito da Temperatura no crescimento e capacidade parasítica de isolados de Trichoderma spp. Selecionados para o controle biológico de Sclerotinia sclerotiorum. Congresso Interinstitucional de Iniciação Científica. Campinas, 2007.

GUARESCHI, R. F.; PERIN, A.; MACAGNAN, D.; TRAMONTINI, A.; GAZOLLA, P. R. Emprego de Trichoderma spp. no controle de Sclerotinia sclerotiorum e na promoção de crescimento vegetativo nas culturas de girassol e soja. Global Science and Technology. Rio Verde, v. 05, n. 02, p.01 – 08, 2012.

LUCON, C. M. M. Promoção de crescimento de plantas com o uso de Trichoderma spp. 2009. Artigo em Hypertexto. Disponível em: <http://www.infobibos.com/Artigos/2009_1/trichoderma/index.htm>. Acesso em: 17/06/2019

MACHADO, D. F. M.; PARZIANELLO, F. R.; SILVA, A. C. F.; ANTONIOLLI, Z. I. Trichoderma no Brasil: o fungo e o bioagente. Revista de Ciências Agrárias, vol. 35 n.1, Lisboa, 2012.

Informações dos autores

¹Engenheira Agrônoma, Email: elizabetelou@gmail.com.

Disponível em: Anais do II Congresso Online para Aumento de Produtividade do Milho e Soja (COMSOJA), Santa Maria, 2019.

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