A ferrugem-asiática da soja, causada pelo fungo (Phakopsora pachyrhi) é uma das doenças mais preocupantes que acometem a cultura, possuindo elevada agressividade, além de poder ocorrer em qualquer período do seu desenvolvimento da soja. Segundo Godoy et al. (2022), os danos em decorrência da ferrugem-asiática em soja podem variar de acordo com o período em que acomete a soja e severidade da doença, sendo que danos variando entre 10% a 90% podem ser observados em casos ineficientes de controle.

Visando o manejo e controle eficiente da ferrugem-asiática na soja, o método mais utilizado consiste no emprego de fungicidas, contudo, com o frequente relato de casos de resistência da ferrugem a fungicidas sítio-específicos, o emprego os fungicidas multissítios (mancozebe, clorotalonil e fungicidas cúpricos) têm assumido papel cada vez mais importante no manejo de doenças na cultura.

Fungicidas multissítios afetam diferentes pontos do metabolismo fúngico e apresentam baixo risco de resistência, tendo um papel importante no manejo antirresistência dos fungicidas sítio-específicos. Por atuarem em diferentes pontos metabólicos, os fungicidas multissítios não podem penetrar na planta, pois podem ser fitotóxicos. Fungicidas multissítios são pulverizados nas partes suscetíveis do hospedeiro com objetivo de formar uma camada protetora e impedir o desenvolvimento de infecções fúngicas (Godoy et al., 2022).

Entretanto, para um adequado manejo da ferrugem-asiática e posicionamento dos fungicidas multissítios, conhecer a eficiência desses fungicidas no controle dessa doença é de suma importância. Para isso, experimentos para comparação da eficiência de fungicidas multissítios no controle da ferrugem-asiática da soja vêm sendo conduzidos na rede de ensaios desde a safra 2014/2015, em uma ampla diversidade de ambientes (Godoy et al., 2022).

Conforme destacado por Godoy et al (2022), embora não constitua uma recomendação de manejo, o objetivo dos experimentos cooperativos é a avaliação da eficiência de controle no alvo biológico, utilizando para isso, aplicações sequenciais de fungicidas. Nos experimentos cooperativos da safra 2021/2022 foram realizados dois protocolos com fungicidas multissítios e um produto biológico, um deles avaliando os tratamentos isolados e outro associando ao fungicida sítio-específico Aproach Power®, Corteva (picoxistrobina + ciproconazol).



Segundo Godoy et al. (2022), foram conduzidos 18 experimentos, em sete Estados distintos, contemplando, Goiás, Mato Grosso, São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul e Bahia. O primeiro protocolo foi realizado com os fungicidas multissítios e fungicida biológico isolados e o segundo com os tratamentos associados a picoxistrobina + ciproconazol 54 + 24 g i.a./ha (Aproach Power®, Corteva). Além de fungicidas multissítios e do fungicida biológico (Bacillus subtilis + B. velezensis + B. pumilus), o fungicida fluazinam foi incluído nos protocolos. O fungicida picoxistrobina + tebuconazol + mancozebe 66,5 + 83,3 + 1.000 g i.a./ha (Cronnos®, Adama), foi utilizado como padrão de controle (Godoy et al., 2022).

Para melhor detalhamentos, os produtos comerciais, ingredientes ativos e doses dos fungicidas químicos e biológico avaliados no primeiro e segundo protocolo podem ser observados clicando aqui (tabelas 2 e 3). Conforme resultados observados, para o emprego de fungicidas multissítios utilizados de forma isolada, a menor severidade e maior porcentagem de controle foi observada com o uso do fungicida sítio específico picoxistrobina + tebuconazol + mancozebe, ou seja, o controle.

Contudo, se tratando do emprego dos multissítios, os maiores controles foram observados para os tratamentos com clorotalonil: Previnil (T2 – 45%), Absoluto Fix (T6 – 44%), Pilarich (T5 – 44%), as duas formulações de clorotalonil ainda em fase de registro (T4 – 44% e T3 – 42%) e fluazinam (T12 – 45%). Já a menor porcentagem de controle foi observada como o uso do fungicida biológico a base de Bacillus subtilis + B. velezensis + B. pumilus (T11 – 14%), sobretudo, com valores de controle superiores a testemunha (Godoy et al., 2022).

Tabela 1. Severidade da ferrugem-asiática, porcentagem de controle (C) em relação à testemunha sem fungicida, produtividade e porcentagem de redução de produtividade (RP) em relação ao tratamento com a maior produtividade, para os diferentes tratamentos. Média de 15 experimentos, safra 2021/2022. Protocolo multissítios isolados.

Fonte: Godoy et al. (2022)

Para os multissítios associados ao fungicida Aproach Power, o controle da ferrugem-asiática da soja variou de 66% a 76%. Os maiores controles nas associações foram observados para os tratamentos com mancozebe (T8 e T9 – 75% e T10 – 73%) e com Previnil (T3 – 72%), entretanto, inferior ao controle Cronnos (T16 – 83%) (Godoy et al., 2022).

Tabela 2. Severidade da ferrugem-asiática, porcentagem de controle (C) em relação à testemunha sem fungicida, produtividade e porcentagem de redução de produtividade (RP) em relação ao tratamento com a maior produtividade, para os diferentes tratamentos. Média de 13 experimentos, safra 2021/2022. Protocolo multissítios associados ao fungicida Aproach Power.

Fonte: Godoy et al. (2022)

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Veja mais: Eficiência de fungicidas no controle da ferrugem-asiática da soja – Resultados sumarizados dos ensaios cooperativos safra 2021/2022


Referências:

GODOY, C. V. et al. EFICIÊNCIA DE FUNGICIDAS MULTISSÍTIOS E PRODUTO BIOLÓGICO NO CONTROLE DA FERRUGEM-ASIÁTICA DA SOJA, Phakopsora pachyrhizi, NA SAFRA 2021/2022: RESULTADOS SUMARIZADOS DOS EXPERIMENTOS COOPERATIVOS. Embrapa, Circular Técnica, n. 185, 2022. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/doc/1145703/1/Circ-Tec-185.pdf >, acesso em: 19/09/2022.

GODOY, C. V. et al. EFICIÊNCIA DE FUNGICIDAS PARA O CONTROLE DA FERRUGEM-ASIÁTICA DA SOJA, Phakopsora pachyrhizi, NA SAFRA 2021/2022: RESULTADOS SUMARIZADOS DOS ENSAIOS COOPERATIVOS. Embrapa, Circular Técnica, n. 187, 2022. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/doc/1145904/1/Circ-Tec-187.pdf >, acesso em: 19/09/2022.

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