O mercado brasileiro de arroz vai iniciar o ano de 2022 com uma grande incógnita em relação aos preços. “Algumas indústrias testaram ofertas de compra abaixo de R$ 60,00 por saca no final de 2021, mas sem sucesso”, relata o analista de SAFRAS & Mercado, Gabriel Viana. “Há certo entendimento de que o piso para preços que produtores devem aceitar para os lotes atuais gira em torno de R$ 62,00 por saca”, frisa.

Porém, a pressão aos preços pode voltar a ser mais forte nas próximas semanas com a proximidade cada vez maior da colheita da safra gaúcha. Conforme levantamento semanal da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), com dados recolhidos até 25 de dezembro, o plantio do arroz chegou a 90,8% da área estimada para a temporada 2021/22 nos seis principais estados produtores do Brasil (Tocantins, Maranhão, Mato Grosso, Goiás, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, que representam 87% do total).

Um fator que pode aparecer como suporte aos preços é o aquecimento das exportações brasileiras de arroz. “Claro que, para que isso ocorra, é necessário que o mercado internacional esteja presente na compra de grãos em casca”, adverte Viena. Uma safra norte-americana menor na atual temporada é um indicador positivo para essas negociações com o exterior.

No relatório de dezembro de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a produção norte-americana de arroz beneficiado foi estimada em 6,15 milhões de toneladas para a safra 2021/22, mesmo patamar do mês anterior. Para 2020/21, a produção do país foi apontada em 7,23 milhões de toneladas.

De qualquer forma, Viana não acredita que o país possa voltar a exportar mais de 700 mil toneladas, como na temporada 2020/21. “O superávit na balança do arroz em 2021/22 deve ser pequeno”, aposta. Segundo ele, a abertura de novos mercados é difícil.

O mundo tem 17 países superavitários e 87 deficitários em arroz. Os principais exportadores são a Índia, a Tailândia, o Vietnã e o Paquistão. Sobre a China, o analista lembra que o país aumentou muito sua demanda, devido à política de estocar alimentos.

Fonte: Agência SAFRAS

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