As condições atuais das lavouras de trigo paranaenses são 73% boas, 20% médias e 7% ruins, ante 83%,15% e 2%, respectivamente, na semana anterior. Essa deterioração foi causada não só pelas geadas, mas também pela seca e pelo excesso de dias chuvosos que a interrompeu.
Há diferentes situações conforme a época de plantio e a região do estado. A região Sudoeste terá as maiores perdas, mas alguns municípios no Oeste e no Centro-Sul também devem registrar problemas em relação às geadas. No Norte, que escapou totalmente de problemas de frio excessivo, a falta de chuvas deve reduzir a produtividade, bem como acamamento, doenças e granizo de forma mais pontual.
Já no Sul e Centro-Sul do estado, as lavouras foram mais beneficiadas do que prejudicadas
pela entrada da frente fria, devido à recomposição da umidade no solo. No cômputo geral, já é dada como certa a perda de aproximadamente 200 mil toneladas no estado, o que corresponde a 5% do potencial produtivo de 3,7 milhões de toneladas, trazendo a estimativa de agosto para 3,47 milhões de toneladas.
Apesar de decepcionante frente a boa condição da cultura há 20 dias, caso consigamos realmente produzir mais de 3 milhões de toneladas, pode-se considerar um resultado bom frente a tantas dificuldades impostas a triticultura neste mês de agosto. Apenas a safra de 2016 apresentou uma produtividade acima de 3.000 kg/ha até hoje no estado, sendo que entre 2017 e 2019 os danos climáticos fizeram os rendimentos ficarem abaixo de 2.600 kg/ha.
Ainda há muitas incertezas quanto ao resultado final, tanto pelos danos das geadas não estarem totalmente visíveis, bem como devido ao período relativamente longo que as lavouras mais tardias ainda estarão expostas a campo. O Panorama de oferta só estará mais claro no levantamento de setembro.
Fonte: T&F Agroeconômica