Um grupo de agricultores de Santo Ângelo já está se preparando para as próximas safras, com discussões sobre a estruturação do solo, fator estratégico para garantir boa produtividade em diferentes períodos. Com assessoramento da Emater/RS-Ascar, o grupo de Conservadores do Solo surgiu em setembro de 2017 e, anualmente, tem incorporado novos interessados em atingir melhores resultados em suas lavouras, através de práticas conservacionistas do solo. Neste período de medidas de contenção da proliferação do vírus Covid-19, as orientações seguem por meio da internet.
A extensionista rural da Emater/RS-Ascar, Márcia Dezen, explica que altas produtividades são alcançadas quando se consegue equilibrar três fatores: químico, físico e biológico. “Quando se fala em solo fértil muitos entendem apenas como a presença de altos níveis de nutrientes. Na realidade, um solo fértil abrange não só a questão química, mas também a parte física, relacionada à porosidade, e a biológica, que está ligada à matéria orgânica e microorganismos benéficos presentes”. Para se atingir esse equilíbrio é importante a adoção de práticas conservacionistas, como rotação de culturas, plantio em curva de nível, terraceamento, fertilização e calagem adequada.
De acordo com o extensionista rural Álvaro Uggeri Rodrigues, o solo é o maior patrimônio da agricultura e se constitui como base da produção de alimentos para a humanidade. “Este trabalho que está sendo realizado tem em seus pilares a sustentabilidade da produção agropecuária, onde, além da produção para geração de renda, se realizam investimentos em qualidade do solo, com produção de biomassa e acúmulo de matéria orgânica”, explica.
Corrigir os problemas de fertilidade em profundidade e de estruturação, como o adensamento e compactação, contribui para melhorar a produtividade da lavoura e reduzir impactos como o escoamento superficial da água sobre o solo. “Esta água perdida acaba por não nutrir as plantas, não abastece o lençol freático, não mantém as nascentes, carreia os insumos agrícolas e o material orgânico para os mananciais de superfície, danifica as estradas, polui e contamina os sistemas do entorno”, alerta Márcia.
Anteriormente a este período de cuidados para evitar a transmissão do novo coronavírus, a equipe da Emater/RS-Ascar já havia realizado visitas para abertura das trincheiras e, a partir disso, discutidas as formas de manejo a serem adotadas nas áreas dos novos integrantes do grupo. “Neste momento, os agricultores do grupo estão implementando as práticas acordadas e virtualmente nos deixam a par do que está sendo feito por meio de fotos”, relata Márcia.
Além das orientações dos técnicos da Emater/RS-Ascar, os agricultores recebem o suporte técnico do pesquisador da Embrapa Trigo, de Passo Fundo, José Eloir Denardin. Anualmente são realizadas atividades como reuniões técnicas, palestras, excursões e atividades a campo para o compartilhamento de resultados e discussões sobre conhecimentos produzidos pela pesquisa científica.
Agricultores interessados em participar do Grupo de Conservadores de Solo devem entrar em contato com o Escritório Municipal da Emater/RS-Ascar de Santo Ângelo, por meio do telefone (55) 9 9986 5915. Ao passar esse período de cuidados para contenção da pandemia, as atividades serão normalizadas e estão previstas visitas de diagnóstico das condições de solo nas lavouras. Para isso, é realizada a abertura de trincheiras para verificar nível e profundidade de adensamento para tomada de decisão do método de estruturação necessário para cada caso.
Fonte: Emater/RS