A estimativa de cultivo de trigo no Estado para a safra 2022 é de 1.413.763 hectares. A produtividade estimada é de 2.822 kg/ha.
De modo geral, os cultivos apresentam um desenvolvimento satisfatório, com uniformidade no crescimento e com adequado potencial produtivo. Ocorreram maiores dificuldades nas regiões mais ao Sul do Estado, onde o excesso de chuvas, durante o inverno, impediu o encerramento da semeadura e poderá causar desuniformidade no estabelecimento das lavouras, além de afetar negativamente o potencial produtivo.
No aspecto fitossanitário, foi realizado o controle de plantas invasoras e intensa aplicação de fungicidas para a prevenção de oídio e manchas foliares.
Na região administrativa da Emater /RS Ascar de Bagé, o período foi de intenso trabalho para os produtores de trigo da Campanha. Foram realizadas aplicações de herbicidas para manejo em pré-semeadura e nas lavouras estabelecidas. A semeadura avançou em áreas com melhor drenagem e dessecadas previamente. Parte dos triticultores que firmaram contratos com entrega futura e que não finalizaram o plantio pretendem efetuá-lo mesmo que a operação se estenda até o final do mês de agosto, com atraso em relação à época preferencial de implantação do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC). No período, a redução dos níveis de umidade no solo foi benéfica para a melhoria do aspecto visual das lavouras, sendo também possível a aplicação de fertilizantes nitrogenados. As lavouras onde foram registradas chuvas acima de 100 mm durante a primeira semana de agosto, logo após o plantio, apresentam falhas de estande em decorrência do selamento superficial do solo. As chuvas ocorridas no dia 09/08 contribuíram para o rompimento dessa camada e possibilitaram a emergência das plântulas. Na Fronteira Oeste, as lavouras seguem com muito bom potencial produtivo. Os produtores de Itacurubi realizam a primeira aplicação de fertilizante nitrogenado e herbicidas nas lavouras implantadas em julho. Em São Borja, as adubações em cobertura foram praticamente concluídas e 25% das lavouras atingiram a fase de espigamento. Em São Gabriel, o plantio foi realizado mais tardiamente, sendo que apenas as primeiras lavouras implantadas estão em perfilhamento, recebendo tratos culturais. Os triticultores relatam que o potencial das lavouras está parcialmente comprometido pelo alto volume de chuvas e baixa disponibilidade de radiação solar ao longo do mês de julho.
Na de Caxias do Sul, as condições ambientais seguem muito favoráveis, e as lavouras apresentam bom desenvolvimento. As práticas em andamento são a adubação nitrogenada e o controle das invasoras. A maior parte das lavouras da região foram semeadas em julho e estão em fase de desenvolvimento vegetativo.
Nas regionais de Erechim e Passo Fundo, as lavouras estão em fase vegetativa e foram efetuadas adubações nitrogenadas em cobertura.
Na de Frederico Westphalen, a cultura apresenta um desenvolvimento satisfatório, e predominam os estádios de perfilhamento e de início de elongação, importantes na definição do potencial produtivo. Foram realizadas aplicações de fertilizantes nitrogenados com grande eficiência em função das temperaturas mais baixas e da adequada umidade nos solos. Após as pulverizações com herbicidas para o controle de azevém, o manejo de infestações se concentra, no momento, no controle de plantas com folhas largas para evitar competição com a cultura do trigo e para reduzir a população das plantas invasoras para a próxima cultura de verão, como é o caso da buva (Conyza bonariensis).
Na de Ijuí, a cultura segue com bom desenvolvimento e potencial produtivo. Os triticultores finalizaram a aplicação de herbicidas para o controle de ervas daninhas, constatando grande população de buva. A aplicação de adubação nitrogenada em cobertura se aproxima do final, concentrando-se nas lavouras onde os produtores optaram pelo parcelamento da adubação.
Na de Pelotas, a diminuição das precipitações e o aumento de dias com maior insolação permitiram melhor crescimento das lavouras, que estão em desenvolvimento vegetativo. Também proporcionou a realização de tratos culturais, como adubações, controle de plantas invasoras e tratamentos preventivos contra doenças foliares.
Na de Santa Maria, foi concluído o plantio, alcançando área levemente superior à estimativa inicial. As lavouras encontram-se 96% em fase de desenvolvimento vegetativo e
4% em estágio de floração. O excesso de umidade tem provocado forte pressão das doenças fúngicas sobre as plantas de trigo.
Na de Santa Rosa, a cultura está com 85% da área em desenvolvimento vegetativo e perfilhamento, 13% em floração e 2 % em fase de enchimento de grãos. A cultura apresenta bom aspecto fitossanitário, e foi realizada a primeira aplicação para controle de doenças fúngicas. Em algumas propriedades, a aplicação de fungicidas foi realizada com drones, o que facilita o acesso às lavouras e evita danos por esmagamento de plantas. As previsões climáticas que apontam a ocorrência de geadas geram apreensão em produtores, pois poderá impactar na diminuição de produtividade.
Na de Soledade, apesar do início do período com ocorrência de chuvas, o aspecto geral das lavouras é bom por conta da maior insolação durante a sua segunda metade. A maior parte das lavouras encontra-se em perfilhamento, e uma proporção menor está entrando na fase de elongação. A ocorrência de temperaturas mais baixas favoreceu o perfilhamento, pois as plantas crescem menos nessa condição e ficam mais robustas, quando a fertilidade do solo é adequada. Os manejos de adubação nitrogenada em cobertura e controle de plantas invasoras estão próximos à finalização.
Comercialização (saca de 60 quilos)
Segundo o levantamento semanal de preços realizado pela Emater/RS-Ascar no Estado, o valor médio apresentou decréscimo de -3,27% em relação à semana anterior, passando de R$ 106,00 para R$ 102,53. Para o produto disponível em Cruz Alta a cotação foi R$ 112,00.
Fonte: Emater/RS – ASCAR – Informativo Conjuntural – nº 1724