No dia 3 de dezembro, a Embrapa Trigo realizou reunião para apresentar a reavaliação da metodologia de Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) da cultura para a próxima safra. A nova portaria será publicação ainda em dezembro, com informações técnicas sobre tecnologia de produção aplicada à gestão de riscos, seguindo as recomendações da Comissão Brasileira de Pesquisa de Trigo e Triticale. Ainda, o documento terá um conjunto mínimo de práticas agronômicas recomendáveis para reduzir a vulnerabilidade da cultura aos riscos.

No primeiro momento, a nota técnica para a próxima safra será publicada como recomendação. Porém, posteriormente, a adoção será obrigatória para acessar as indenizações do Proagro.

Na reunião, o pesquisador Gilberto Rocca da Cunha, da Embrapa Trigo, destacou o fato da cultura ser pioneira no estudo de zoneamento, em 1996, em uma época em que estava instalada a chamada “indústria do Proagro”, especialmente no Rio Grande do Sul. Este ano, a necessidade de reavaliação surgiu novamente em função dos elevados índices de sinistralidade da cultura.

Cunha apresentou dados dos sinistros deferidos no Proagro, sendo que 54% foram por chuva excessiva, 29% por geada, 11% por seca e 3% por granizo. Por esse motivo, o zoneamento passou por reavaliação.



Análise

O grupo de trabalho também avaliou os riscos já contemplados de geada, excesso de chuva no final do ciclo (últimos 20 dias) e seca/déficit hídrico, além de um refinamento regional dos riscos em função do estádio de desenvolvimento das plantas, suas fases críticas e as necessidades bioclimáticas.

Segundo o pesquisador da Embrapa Trigo, o objetivo com a nota técnica é “trazer à tona as boas práticas agrícolas que podem e devem auxiliar o calendário de plantio e que têm se perdido ao longo dos anos”.

O risco de geada, por exemplo, é reduzido pelo escalonamento da semeadura e escolha da semente por grupo de cultivares, enquanto a seca pela exclusão dos solos tipo I (arenoso) do Zarc e práticas conservacionistas. Os danos por chuva excessiva são minimizados pela adoção de tecnologia e melhor manejo da cultura. Ainda, os especialistas mencionaram a rotação de culturas para prevenir a ocorrência de manchas e o uso de cultivares resistentes às doenças, tratamento de sementes e proteção adequada de plantas.

Calendário

Sobre outras alterações, será estabelecida linha de corte para início do plantio em 1º de abril e exclusão da semeadura em março no Paraná, o que já ocorre na prática. Ainda, a FAEP solicitou a reavaliação do período de zoneamento indicado para o município de Pranchita e Santo Antônio do Sudoeste, que pedem a antecipação do início do plantio para 21 de abril

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