A lei de Liebig (1850) ou Lei do Mínimo como é popularmente conhecida, estabelece que a produtividade de uma cultura e limitada pelo elemento/nutriente, cuja a concentração é inferior a um valor mínimo, abaixo do qual as sínteses não podem mais fazer-se. Em outras palavras, ainda que a maioria dos nutrientes estejam disponíveis em grandes concentrações, a produtividade da cultura é limitada pelo nutriente presente em quantidades inferiores a necessidade da cultura.
Conhecer a absorção e exportação de nutrientes pela cultura agrícola pode contribuir para um adequado manejo da irrigação, visando contornar esse problema. Para tanto, além de conhecer as quantidades absorvidas e exportadas de nutrientes pela cultura, é necessário estabelecer um adequado balanço nutricional do solo, com base na análise da fertilidade e necessidades da cultura.
Veja mais: A Lei de Liebig (ou Lei do mínimo) e a produtividade das lavouras
Tabela 1. Quantidades absorvidas e exportadas de nutrientes pela cultura da soja.
Um adequado balanço nutricional deve levar em consideração a diferença entre a quantidade aplicada e exportada de nutrientes por uma cultura, visando suprir as necessidades nutricionais da planta, a fim de evitar limitações produtivas e possibilitar a obtenção de altas produtividades.
A baixa disponibilidade de nutrientes no solo é um dos fatores mais limitantes do rendimento de culturas agrícolas, podendo esse rendimento variar de acordo com o aporte nutricional. De forma prática, balanços negativos indicam que as quantidades aplicadas foram inferiores às exportadas (entradas < saídas), ao passo que, os balanços positivos, indicam que as entradas foram superiores às saídas (entradas > saídas) (Seixas et al., 2020).
Figura 1. Classes de interpretação dos teores de nutriente no solo.
Cabe destacar que o teor de nutrientes nos grãos e consequentemente a exportação de nutrientes pode variar de acordo com a cultura, sendo possível observar maior concentração de nutrientes em grãos de culturas com alto teor de proteína, a exemplo da soja, e menor concentração de nutrientes em culturas com maior acúmulo de carboidratos nos grãos, como milho e trigo (Seixas et al., 2020).
Conhecer a dinâmica do rendimento relativo de culturas com as formas de adubação (correção, manutenção e reposição), possibilita adequar o sistema de adunação da lavoura, a fim de melhorar a produtividade da cultura e reduzir a utilização de insumos quando possível, aportando apenas o necessário para a manutenção ou reposição da fertilidade do solo, em ambientes de boa fertilidade.
Para isso, além da realização da análise química da fertilidade do solo, é necessário conhecer os processos e fatores responsáveis por “corrigir” as baixas produtividades. Pensando nisso, a Equipe Mais soja está preparando para você um curso focado no manejo da fertilidade do solo, adubação, calagem e gessagem para a correção das baixas produtividades. Fique ligado, em breve o curso estará disponível para matrícula!
Referências:
EMBRAPA SOJA. TECNOLOGIAS DE PRODUÇÃO DE SOJA – REGIÃO CENTRAL DO BRASIL 2009 E 2010. Embrapa Soja, Sistemas de Produção, 13, 2008. Disponível em: < https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/471536/1/Tecnol2009.pdf >, acesso em: 15/12/2021.
SEIXAS, C. D. S. et al. TECNOLOGIAS DE PRODUÇÃO DE SOJA. Embrapa, Sistemas de Produção, n. 17, 2020. Disponível em: < https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/1123928/1/SP-17-2020-online-1.pdf >, acesso em: 15/12/2021.