Lavouras do Rio Grande do Sul necessitam anualmente de aproximadamente 6 milhões de toneladas de calcário. Porém, a expectativa dos produtores do insumo é que o consumo esse ano chegue a 3,5 milhões, apesar do viés de alta nas duas últimas análises.

Ao mesmo tempo, uma experiência em Sinop (MT) apontou que a produtividade média de soja, na faixa de 59 sacas por hectare, pode ir a 74 sacas. O resultado vem após 3 anos de análises, incluindo aplicação de doses reforçadas de calcário numa área experimental.

Avaliações de sindicatos que integram a Associação Brasileira dos Produtores de Calcário Agrícola (ABRACAL) sinalizam que a falta de correção da acidez do solo reduz a rentabilidade financeira do agricultor. Sem a calagem, a produtividade tende a ser menor nas áreas plantadas.

A busca pela produtividade inclui a informação. O Sinecal, do Mato Grosso, realizou recentemente uma apresentação no auditório do Sistema Federação das Indústrias no Estado (SFIEMT). Engenheiros agrônomos e representantes do agronegócio avaliaram os resultados obtidos em Sinop, apresentados pelo professor Anderson Lange, da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), que é doutor em Solos.

O presidente do Sinecal e dirigente da Fiemt, Kassiano Riedi, avalia que ciência e mercado devem manter um diálogo constante. “Estamos todos interligados, num ciclo que deve ser sobretudo pautado por relações éticas, de ganha-ganha. Com as luzes da ciência e uma atividade industrial responsável como a que primamos, temos bases para um desenvolvimento do Estado como um todo de forma cada vez mais consistente, perene e sustentável”, declara Riedi.

O tema ganha força quando já se vive um cenário diferenciado: o Mato Grosso é o campeão nacional em produção de soja, dentre os estados.

Para o agricultor e o pecuarista, o abandono na aplicação calcário representa ainda um erro técnico. O solo deixa de apresentar melhores resultados. Num solo sem correção, o fertilizante – outro insumo utilizado, mas de custo maior que o calcário – apresenta rendimento abaixo do esperado.

Crédito e pesquisa

Parte dos produtores do Rio Grande do Sul está ampliando o consumo de corretivos, também de olho na produtividade e em práticas técnicas – como a melhor reposição de cálcio e magnésio. “A aplicação do calcário deve crescer 8,5% esse ano, na comparação anual com 2018. Ante 2017, será 14% maior. Mas ainda é baixa para um estado que busca melhorar a performance na produção”, afirma Roberto Zamberlan, presidente do Sindicalc, o sindicato estadual gaúcho.

O apoio à pesquisa, citado por Riedi, se mostra importante. “Todo trabalho precisa ter acompanhamento técnico”, defende o presidente do RS, que também prega a necessidade de maior crédito rural.

Fonte: Abracal

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