De acordo com projeções divulgadas pela Rural Clima para a primavera, a previsão do Climate Prediction Center (CPC) continua indicando que há 71% de chances do fenômeno La Niña iniciar entre setembro e novembro, com persistência entre janeiro a março de 2025. Em seguida deve haver um retorno ao estado de neutralidade durante o outono do próximo ano. Os modelos meteorológicos indicam que será um fenômeno rápido e de fraca intensidade, o que resultaria em impactos não tão significativos ao longo dos próximos meses.
A expectativa para a regularização das chuvas a partir de meados de outubro está mantida. Porém, isso não significa uma ausência total de chuvas; mas sim, condições para chuvas ainda irregulares, neste início de safra.
Outubro
O início do mês deverá ser marcado por chuvas irregulares sobre grande parte do Cerrado Brasileiro. Não será ausência total de chuvas, pois já se espera os primeiros episódios no período. No entanto, as melhores condições para chuvas mais frequentes e maiores volumes, com uma certa regularidade, devem ocorrer apenas ao longo da segunda quinzena de outubro, principalmente para as áreas de Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, parte de São Paulo e até áreas ao sul de Tocantins e Bahia.
Na região Sul ainda há expectativas para chuvas frequentes e com bons volumes. No entanto, estas condições dificilmente devem atrapalhar a finalização da colheita do trigo e trabalhos de semeaduras da safra verão.
Novembro
Para novembro a expectativa é para regularização das chuvas em grande parte do Brasil. Embora a tendencia mostre condições para bons volumes de chuva ao longo de novembro entre as regiões Sudeste e Centro-Oeste, além de áreas de Tocantins e Bahia, a expectativa não é para exagero de chuvas, podendo inclusive ficar ligeiramente abaixo da média em diversas áreas.
A Rural Clima não descarta a possibilidade para alguns dias consecutivos de chuvas frequentes, especialmente em áreas do centro norte, e por consequência aberturas de sol sobre áreas do centro sul.
É preciso atenção especial em áreas do Paraná, sul de São Paulo, Mato Grosso do Sul e Paraguai, que não indicam uma tendencia de um mês seco, embora as chuvas possam ser mal distribuídas ao longo do mês.
Dezembro
Dezembro mostra uma tendência para a formação dos corredores de umidade sobre uma faixa central do país, entre Mato Grosso, Goiás, Tocantins, Bahia e Minas Gerais. Nestas áreas há condições para períodos prolongados de chuvas frequentes e risco para invernadas já em dezembro.
As chuvas devem ser melhores distribuídas também em áreas do Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Santa Catarina.
Com a expectativa para chuvas persistentes sobre áreas do centro norte, não descartamos a possibilidade de certa irregularidade das chuvas em áreas do RS, parte do Paraguai e norte da Argentina neste mês. Não seria uma ausência total de chuvas, porém há risco para alguns períodos com verânicos no período.
Temperaturas
Com chuvas ainda irregulares no início de outubro ainda se espera condições para temperaturas mais elevadas, especialmente em áreas mais ao norte, como é comum para a época.
Em novembro, com as chuvas já ocorrendo de forma mais regular em grande parte do Brasil, a tendencia é para temperaturas dentro ou ligeiramente abaixo da média, especialmente nas áreas do leste do País. Áreas de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará e Tocantins ainda podem receber temperaturas ligeiramente mais elevadas.
Em dezembro, as chuvas devem se regularizar em grande parte do Brasil e a tendência mostra temperaturas muito próximas da normalidade, com expectativa inclusive para temperaturas mais baixas na média sobre todo o leste do País.
Paraguai
Previsões mais de curto prazo indicam que uma frente fria está avançando pelo Paraguai e deve provocar chuvas na região mais sul e central ao longo desta sexta-feira. A meteorologista Ludmila Camparotto destaca que a expectativa é de ocorrência de chuvas em várias áreas produtoras ao longo do dia, inclusive a região central e essa região mais norte. Mesmo no Chaco existe a possibilidade de ocorrência de algumas chuvas.
O final de semana já deve ser marcado pelo tempo aberto na região do Chaco, o que exige muita atenção com as temperaturas elevadas previstas para a próxima semana. O começo da primavera terá temperaturas bastante elevadas no Paraguai, o que exige atenção para quem deseja iniciar o plantio.