Conhecer a diferença entre a extração e a exportação de nutrientes pelas plantas é importante para quem busca altas produtividades, visto que essa informação fornece subsídios para manejar a fertilidade do solo de forma adequada às exigências nutricionais da cultura.
As plantas necessitam de determinadas concentrações de macro e micronutrientes para realizar seu ciclo de vida e a absorção desses nutrientes pode ser influenciada por fatores genéticos, ambientais e a interação destes. Assim, a extração ou absorção de nutrientes diz respeito à quantidade de determinado nutriente que a planta necessita retirar do solo e/ou do ar para produzir uma tonelada de produto, no caso da soja é para uma tonelada de grãos. Esse valor de nutriente extraído expressa a quantidade de nutriente que é exportada pelo produto colhido e a que permanece nos restos vegetais após a colheita. Segundo Embrapa (2013), a soja requer cerca de 83; 15; 38; 12; 7 e 15 kg de N, P2O5, K2O, Ca, Mg e S para cada Mg de grãos produzidos (Figura 1).
Figura 1. Teor de nutrientes extraídos e exportados pela planta de soja para produção de 1 Mg de grãos.
Já a exportação de nutrientes de uma cultura se refere à quantidade de macro e micronutrientes efetivamente retirados pelos grãos ou massa seca produzida. No caso da soja, normalmente a exportação de nutrientes é expressa em kg Mg– 1 de grãos em virtude que o produto retirado da lavoura são os grãos. Em estudo recente feito por Filippi et al. (2019 – em avaliação), foi observado que a soja exporta em média 99 kg de macronutrientes por Mg-1 de grãos, sendo 61; 12; 18; 2,2; 2,3 e 3,2 kg referentes a N, P2O5, K2O, Ca, Mg e S, respectivamente (Figura 1).
Saiba: Qual é a exportação de nutrientes pelas culturas agrícolas?
É fundamental conhecer a quantidade de nutrientes extraídos e exportados pelas culturas, principalmente os macronutrientes (N, P, K, Ca, Mg e S) pois esses são demandados pelas plantas e retirados da lavoura em maior quantidade, e normalmente, adicionados anualmente via calagem e/ou adubação. A reposição dos nutrientes ao solo na dose correta é essencial para manter seu nível de fertilidade na faixa de disponibilidade do nutriente no solo considerada adequada para a cultura (acima do teor crítico), permitindo que as plantas expressem seu potencial produtivo.
Autores: Dionata Filippi(1) & Tales Tiecher(2)
(1) Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Faculdade de Agronomia, Curso de Agronomia, Departamento de Solos, Interdisciplinary Research Group on Environmental Biogeochemistry (IRGEB), Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil.
(2) Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Departamento de Solos, IRGEB, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil
REFERÊNCIA
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa. Tecnologias de Produção de Soja – Região Central do Brasil 2014. Sistemas de Produção. Embrapa Soja, 2013 Oct. [cited 2018 Aug 18]. Acesse aqui.
Filippi D, Denardin LGO, Alves LA, Martins AP, Flores JPM, Tiecher T. Exportação de macronutrientes em grãos de soja cultivada no Brasil: uma meta-análise. Rer Bras Ciência do Solo (em avaliação).