A safra paulista de grãos 2022/2023, que foi iniciada em setembro, tem alta estimada em 5,53% no volume produzido, avaliado em 10,3 milhões de toneladas, na comparação com o ciclo anterior, de acordo com o relatório de outubro do Departamento Econômico da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (FAESP), com base em levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). “Ainda são dados preliminares, sem que as culturas estejam inteiramente implantadas e que devem variar com o tempo, mas é uma perspectiva excelente para a agricultura paulista, que sempre conta com o apoio irrestrito da Federação para produzir”, afirma o presidente da FAESP, Fábio de Salles Meirelles.
A projeção é de um crescimento de 2,5% na área plantada, estimada em 2,54 milhões de hectares e de um ganho de 3% em produtividade, atualmente avaliada em 4.062 kg/ha. Este é o primeiro levantamento da Conab para a safra 2022/23 e foi realizado em campo entre a penúltima e última semana do mês anterior ao da publicação do relatório elaborado pela Federação.
O grande destaque da safra paulista é para o milho safrinha, com crescimento da produção estimado em 18,6%. O aumento deve ser impulsionado pelo incremento de 8,3% na área plantada (582,7 mil hectares) e pelo ganho de 9,5% em produtividade (4.751 kg/ha).
Já a previsão para a primeira safra do grão aponta queda de 6,5% no volume a ser colhido, projetado em 1,86 milhão de toneladas, principalmente em função da perda de área (-4%), mas também da queda na produtividade (-2,7%). Dessa forma, no consolidado das duas safras de milho, o estado de São Paulo deve produzir 4,63 milhões de toneladas do grão, um aumento de 7,01% (303,4 mil toneladas) em relação a 2021/2022.
A produção estimada de soja é de 4,43 milhões de toneladas, alta de 6% frente aos resultados do ciclo anterior. A expectativa positiva foi gerada pelo aumento de 3% na área plantada, prevista em 1,25 milhão de hectares, e do ganho de 2,9% em produtividade, projetada em 3.536 kg/ha. “Caso a previsão seja concretizada, será um novo recorde para o estado na produção da soja”, destaca o presidente da FAESP.
Já os resultados das lavouras paulistas de amendoim, que representam 92% do total produzido no país, devem ser 3,7% inferiores aos do ciclo 2021/22, totalizando 667,1 mil toneladas nesta safra, contra 692,7 mil toneladas da última temporada.
Brasil
O primeiro levantamento da Conab para a safra 2022/23 também indica nova alta para a produção brasileira de grãos. A estimativa é de que sejam produzidas 312,4 milhões de toneladas, 15,3% ou 41,5 milhões de toneladas superior ao volume colhido em 2021/22. Os bons resultados são decorrentes de melhores expectativas em relação à produtividade, avaliada em 4.079 kg/ha (alta de 12,1% na comparação com o ciclo passado), mas também do aumento de 2,9% na área plantada, prevista em 76,6 milhões de hectares para esta safra.
Caso se concretizem as estimativas, 2022/2023 registrará nova safra recorde de grãos. Contudo, vale destacar que as projeções no início de safra, realizadas no instante em que as áreas estão sendo preparadas e com plantios ainda em fase inicial, fazem uso de métodos estatísticos e, portanto, não refletem ainda com precisão o que se realiza em campo. Dessa forma, conforme o relatório, também é preciso aguardar pelos próximos levantamentos para estimativas mais assertivas sobre a produção de grãos em todo o país.
O grande destaque deste primeiro levantamento é para o incremento de 21,4% na produção de soja, avaliada em 152,4 milhões de toneladas. A Conab estima um ganho de 17,4% na produtividade da oleaginosa, projetada nesta safra em 3.552 kg/ha ante os 3.026 kg/ha alcançados no ciclo anterior.
O milho também se destaca com crescimento de 12,5% na produção total. A expectativa é de que sejam colhidas 126,9 milhões de toneladas, consideradas as três safras do grão. Os aumentos decorrem das previsões de incremento nas produções de primeira e segunda safras, estimadas em 28,7 milhões de toneladas (+14,7%) e 96,3 milhões de toneladas (+12,4%), enquanto para a terceira safra se projeta queda de 8,51% ou 183,5 mil toneladas, frente aos resultados do ciclo anterior, totalizando 1,97 milhão de toneladas.
O desempenho positivo do algodão no mercado externo e nas cotações para exportação devem elevar em 1,9% a área plantada da cultura, de acordo com as projeções da Conab. A previsão é de um aumento de 14,6% na produção de caroço, inicialmente prevista em 4,26 milhões de toneladas.
Já os cultivos de arroz e feijão devem sofrer perdas de 5% e 1,2%, respectivamente, em suas áreas plantadas. As projeções são de quedas de 0,3% na produção de arroz e de 0,9% na de feijão, avaliadas nesta safra em 10,76 milhões de toneladas e 2,96 milhões de toneladas.
Fonte: Assessoria de Imprensa FAESP