Com danos que podem chegar a 90% em casos mais extremos, a ferrugem-asiática da soja, causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi é uma das principais e mais preocupantes doenças que acometem a cultura da soja (Godoy et al., 2022). A doença pode ocorrer e qualquer estádio do desenvolvimento da cultura, causando significativas reduções de produtividade caso as devidas medidas de manejo não sejam adotadas.
Conforme recomendações do Comitê de Ação a Resistência a Fungicidas, todo o programa de controle da ferrugem-asiática deve ser inicializado de forma preventiva a ocorrência da doença. Embora as cultivares modernas apresentem maior tolerância a ferrugem, o monitoramento das lavouras e o controle químico são indispensáveis para o manejo e controle da ferrugem, reduzindo os danos ocasionados pela doença.
Na safra de soja 2022/23, a maioria dos casos registrados de ferrugem-asiática se concentram no estado do Paraná. Ao todo são 18 casos de ocorrência relatados até o momento, contemplando os municípios de: Cantagalo; Contenda; Cornélia; Cruzmaltina; Fênix; Iracema do Oeste; Londrina; Mamborê; Mariópolis; Nova Santa Rosa; Palotina; Pitanga; Ponta Grossa; Rio Bonito do Iguaçu; Santa Mariana; Santana do Itararé; Terra Roxa e Turvo.
Figura 1. Casos de ocorrência da ferrugem-asiática safra 2022/23.
Além dos casos de ocorrência da ferrugem em soja, em diversas regiões do Estado do Paraná, é possível observar a presença de esporos da ferrugem-asiática da soja, tornando necessário intensificar o monitoramento e manejo das áreas de cultivo. Dentre os principais fatores que contribuem para o desenvolvimento da ferrugem em soja, além da presença de esporos, podemos destacar as condições ambientais, em especial temperatura e umidade.
Segundo Henning et al. (2014), para que ocorra o desenvolvimento da ferrugem-asiática em soja, é necessário que haja molhamento foliar (água livre na folha), sendo necessárias no mínimo seis horas, com um máximo de infecção ocorrendo com 10 a 12 horas de molhamento foliar e temperaturas entre 18°C e 26,5°C. Quando observadas essas condições, deve-se ficar atento a ocorrência da ferrugem, especialmente em áreas onde há relatos da presença de esporos.
Clique aqui e confira onde estão os casos de ocorrência da ferrugem-asiática no território nacional e onde há relatos da presença de esporos do fungo.
Veja mais: Eficiência de fungicidas no controle da ferrugem-asiática da soja
Referências:
CONSÓRCIO ANTIFERRUGEM: PARCERIA PÚBLICO-PRIVADA NO CAMBATE À FERRUGEM ASIÁTICA DA SOJA. Disponível em: < http://www.consorcioantiferrugem.net/#/main >, acesso em: 11/01/2023.
FRAC-BR. CULTURAS: IMPORTATNE: NOVAS RECOMENDAÇÕES PARA O MANEJO DA FERRUGEM ASIÁTICA DA SOJA. Comitê de Ação a Resistência a Fungicidas, 2023. Disponível em: < https://www.frac-br.org/soja >, acesso em: 11/01/2023.
GODOY, C. V. et al. EFICIÊNCIA DE FUNGICIDAS PARA O CONTROLE DA FERRUGEM-ASIÁTICA DA SOJA, Phakopsora pachyrhizi, NA SAFRA 2021/2022: RESULTADOS SUMARIZADOS DOS ENSAIOS COOPERATIVOS. Embrapa, Circular Técnica, n. 187, 2022. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/doc/1145904/1/Circ-Tec-187.pdf >, acesso em: 11/01/2023.
HENNING, A. A. et al. MANUAL DE IDENTIFICAÇÃO DE DOENÇAS DE SOJA. Embrapa, Documentos n. 256, ed. 5°, 2014. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/105942/1/Doc256-OL.pdf >, acesso em: 11/01/2023.
Foto de capa: Wanderlei Guerra (Consultor Aprosoja MT).
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