Compreender a fisiologia e fenologia da planta é essencial para trabalhar práticas de manejo que possibilitem o aumento da produtividade, ou até mesmo para compreender as interações entre planta, clima e ambiente, visando o melhor posicionamento da cultura e produtividade final. Além da temperatura média um ar, no caso da soja, um dos principais fatores influenciadores do seu desenvolvimento é o fotoperíodo.
O fotoperíodo é compreendido como período de tempo entre o crepúsculo matutino e o crepúsculo vespertino, e exerce influência direta sobre o desenvolvimento de algumas culturas, dentre elas a soja. Em função da resposta ao fotoperíodo, as plantas podem ser divididas em grupos sendo eles: plantas de dia curto, plantas de dia longo e plantas de dia neutro.
Segundo Bergamasch (2017), as plantas de dia curto florescem em fotoperíodos menores do que o máximo crítico, já as plantas de dia longo, florescem em fotoperíodos maiores do que um mínimo crítico, enquanto as plantas de dia neutro florescem em uma ampla faixa de fotoperíodo. De modo geral, pode-se dizer que o fotoperíodo apresenta variação de acordo com a latitude e época do ano, variação essa, decorrente do ângulo de incidência da radiação solar.
Figura 1. Curva comportamental da variação do fotoperíodo ao longo do ano para algumas latitudes.
Por ser considerada uma planta de dia curto, a soja tem seu desenvolvimento fortemente influenciado pelo fotoperíodo, o que explica a grande variação de ciclo de uma mesma cultivar em diferentes latitudes de cultivo. O fator de maior variabilidade analisado no desenvolvimento da soja é a data de florescimento, sendo comum observar diferenças nas datas de floração, entre cultivares, semeadas na mesma data e na mesma latitude, principalmente em função da resposta diferencial das cultivares ao fotoperíodo.
Segundo Neumaier et al. (2020), tanto condições térmicas como fotoperíodo são responsáveis pela adaptação da cultivar em determinada região de cultivo. As cultivares apresentam distintas sensibilidades ao fotoperíodo, ou seja, cada cultivar apresenta fotoperíodo crítico próprio, acima do qual o florescimento é atrasado. A faixa de adaptação de cada cultivar é variável à medida que há o seu deslocamento geográfico e/ou temporal (semeadura mais ao norte ou mais ao sul e mais no cedo ou mais no tarde) (Neumaier et al., 2022). No entanto, os autores destacam que cultivares com “período juvenil longo” ou cultivares de tipo de crescimento indeterminado possuem maior amplitude de adaptabilidade, possibilitando seu uso em faixas latitudinais mais abrangentes e em épocas de semeadura menos restritas.
Logo, a variação do período de floração da soja pode ser influenciada pelo fotoperíodo. Além disso, cabe destacar que sob condições inadequadas de posicionamento, quando uma cultivar desenvolvida para dada região é submetida a cultivo em regiões com menor latitude ou tem sua semeadura retardada, efeitos como a redução da altura das plantas, da altura de inserção do primeiro legume, da área folhar e consequentemente da produtividade, podem ser observadas. Sendo assim, é fundamental o adequado posicionamento de cultivares, levando em consideração as regiões de cultivo.
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Referências:
BERGAMASCHI, H. FOTOPERIODISMO. As plantas e o Clima: princípios e Aplicações, cap 5, Agrolivros, 2017.
NEUMAIER, N. ECOFISIOLOGIA DA SOJA. TECNOLOGIAAS DE PRODUÇÃO DE SOJA, cap. 2. Embrapa Soja, Sistemas de Produção, n. 17, 2020. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/223209/1/SP-17-2020-online-1.pdf >, acesso em: 22/11/2022.