O arroz é um dos cereais mais produzidos e consumidos no mundo, caracterizando-se como o principal alimento de mais da metade da população mundial. Somente na Ásia, cerca de 60 a 70% do consumo calórico de mais de 2 bilhões de pessoas é proveniente do arroz e seus subprodutos (FAO, 2014).
No Sul do Brasil a produtividade média é de 7,3 t/ha, o que supera a produtividade média nacional de 6,0 t/ha (CONAB, 2017). Apesar do aumento da produtividade média ao longo dos últimos anos, durante o seu ciclo de desenvolvimento, o arroz pode ser acometido por diversas doenças, que acabam reduzindo sua produtividade e qualidade dos grãos. A intensidade dessas doenças depende de três fatores: ambiente favorável, ocorrência do patógeno virulento e da suscetibilidade da cultivar.
Pensando nisso, na terceira temporada do Dicas Mais Soja, o professor Ivan Francisco da Costa, do Departamento de Defesa Fitossanitária da UFSM comentou sobre os principais gargalos da lavoura arrozeira e os problemas que estão surgindo na lavoura nas últimas safras.
Conforme destacado pelo professor, o arroz irrigado tem passado por diversos gargalos fitossanitários nas últimas safras, em termos de doenças, pragas e plantas invasoras, principalmente no que diz respeito à resistência a moléculas químicas.
Em relação às doenças, segundo o pesquisador, essas tem causando queda na produtividade da cultura nos últimos anos, especialmente a Brusone, principal doença na cultura do arroz atualmente.
Figura 1: Folha de arroz com sintoma de brusone.
De acordo com o pesquisador, já temos disponíveis no mercado atualmente cultivares com tolerância e cultivares resistentes, porém, com o passar do tempo essa resistência vai sendo perdida e não temos hoje como trabalhar na lavoura de arroz sem que se tenha proteção química.
Dentre as principais doenças que causam maiores prejuízos na cultura do arroz, pode-se destacar as seguintes:
- Brusone;
- Mancha parda;
- Rhizoctonia;
Conforme citado pelo pesquisador, esses problemas fitossanitários são solucionáveis, desde que o manejo da lavoura seja seguido à risca pelo produtor rural. Existem vários manejos que são preconizados, porém, sempre associados à proteção química.
Outro gargalo na cultura do arroz destacado pelo pesquisador foi a ocorrência de nematoides, que tem surgido em todas as regiões orizícolas do RS, onde a principal espécie encontrada atacando a cultura do arroz é do gênero Meloidogyne, também chamado de nematoide de galhas.
Figura 2: Planta de arroz com sintoma do ataque do nematoide de galhas.
Por estarem no solo, atacando as raízes, muitas vezes o produtor não enxerga a presença dessa praga, em função disso, o professor acrescentou que a UFSM conta com dois novos nematologistas que irão avaliar os danos e principalmente quantificar as perdas causadas por nematoides na cultura do arroz, para poder trazer esses resultados à comunidade e ao produtor rural.
Para ouvir a conversa do pesquisador com o Mais Soja, assista o vídeo abaixo.
https://www.facebook.com/maissoja/videos/599877197442050/?t=253