Autores: Rafael Stieven¹; Débora Cristina Leal¹; Luiz Fernando Gibbert¹; Bruna Francielly Gama¹; Lara Caroline Alves de Oliveira²; Tiago Lisboa Parente³.

Introdução 

Um dos principiais fatores responsáveis pela quantidade de sementes germinadas e pela velocidade de germinação é a temperatura, afetando a velocidade de absorção de agua e reativação das relações metabólicas (BEWLEY; BLACK, 1994). A temperatura é considerada ótima quando propicia a semente expressar todo seu potencial germinativo no menor espaço de tempo (Carvalho; Nakagawa, 2000).

Portanto temperaturas altas durante a fase de germinação das sementes no solo podem acondicionar estresse na semente, o que esse danos pode ser irreversíveis no desenvolvimento da plântula, e seus reflexos pode por em risco sua cultura e produção além de proporcionar perdas significantes na produção agrícola (HALL, 2001).

Sementes acondicionadas a temperaturas baixas faz com que a semente fique com danos na membrana celular, desta forma vai interferir nas funções fisiológicas das plantas, podendo deixar ou não a ele mais predisposta, ou atrasar ou impedir e dificultar todo o processo de germinação (Guan et al., 2009).

Atualmente a soja é o grão mais produzido seja para exportação ou não, ela é cultivado em diferentes regiões sejam elas de climas diferentes, podendo ser lugares com baixas ou elevadas temperaturas. Portanto o trabalho nos objetivou-se avaliar o desenvolvimento das sementes de soja em diferentes temperatura afim de saber qual seria a melhor.

Material e Métodos 

O experimento foi realizado no Laboratório de Análise de Sementes da Faculdade de Ciências Biológicas e Agrárias, da Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), Campus de Alta Floresta/MT, durante o primeiro semestre do ano de 2019. Para o teste de germinação foram utilizadas duas cultivares de sementes de soja, sendo, DM75i76 IPRO e M8372 IPRO.

Os testes de germinação foram realizados em laboratório, utilizando-se quatro repetições com 50 sementes distribuídas em folhas de papel Germitest, umedecidas com água destilada, na proporção de 2,5 vezes a massa do papel seco. Os rolos de papel foram confeccionados e colocados em recipiente plástico para evitar a perda de umidade, e posteriormente, colocados na Demanda Bioquímica de Oxigênio (BOD), (BRASIL, 2009). Os tratamentos utilizados foram diferentes temperaturas, sendo elas de: 15°, 20°, 25°, 30° e 35°.

O delineamento experimental empregado foi o inteiramente casualizado (DIC), com cinco tratamentos e quatro repetições para cada cultivar. Os dados foram analisados sem transformação.

Os resultados foram analisados através do Programa Computacional Sisvar, (FERREIRA, 2011), as médias foram comparadas pelo teste Tukey a 5% de significância. As médias apresentadas nas tabelas são dos dados originais.

Resultados e Discussão 

A germinação das sementes tiveram diferentes resultados em decorrência do aumento da temperatura, tendo seu melhor desenvolvimento nas condições de 25°C, não se diferenciando entre as cultivares, ocorrendo um decréscimo na porcentagem de germinação com o aumento e diminuição da temperatura, apresentando a menor germinação na temperatura de 35°C, como observado na tabela 1. Essa variação na germinação em decorrência da temperatura é em resposta a adaptação das espécies ao seu ambiente de origem (THOMPSON, 1970).

O comprimento de raiz nas temperaturas de 25 e 30 °C não apresentaram diferença significativa, mas apresentando grande diferença entre as temperaturas de 15 e 35 °C.

O desenvolvimento da parte aérea na temperatura de 15°C foi inibido, entretanto nas condições de 20, 30 e 35 °C não apresentaram diferenças significativas no comprimento da parte aérea.

Conclusão 

Conclui-se que temperaturas baixas (15°C) e altas (35°C) a germinação e desenvolvimento das sementes são afetados, sendo inibido o desenvolvimento da parte aérea em baixas temperaturas. Tendo como condição ideal para a germinação e desenvolvimento a temperatura de 25°C.

Referência 

BEWLEY, J. D.; BLACK, M. Seeds: physiology of development and germination. 2. ed. New York: Plenum, p. 445, 1994.

Brasil. Ministério da Agricultura e Reforma Agrária. Regras para Análise de Sementes. Brasília: SNDA/ DNDV/CLAV; p. 395, 2009.

CARVALHO, N. M.; NAKAGAWA, J. Sementes: ciência, tecnologia e produção. 4. ed. Funep: Jaboticabal, 2000. 588 p

CARVALHO, N.M.; NAKAGAWA, J. Sementes: ciência, tecnologia e produção. 4.ed. Campinas: Fundação Cargill, p. 588, 2000.

FERREIRA, D. F. Sisvar: um sistema computacional de análise estatística. Universidade Federal de Lavras, 2011. Ciência Agrícola, Rio Largo, v. 13, n. 1, p. 19- 25, 2015.

GUAN, Y.; HU, J.; WANG, X.; SHAO, C. Seed priming with chitosan improves maize germination and seedling growth in relation to physiological changes under low temperature stress. Seed Science Center, Crosschecked, v. 10, n. 6, p. 427-433, apr. 2009

HALL, A. E. Heat Stress and its impact. New York: Crop Response to Environment, CRC Press, 2001.

THOMPSON, P. A. Characterization of the germination response to temperature of species and ecotypes. Nature, London, v. 225, p. 827-831, 1970.

Informações sobre os autores:

  • ¹ Acadêmico do Curso de Agronomia, Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), Alta Floresta/MT. E-mail: rafael_25_stieven@hotmail.com; deboracrisleal@outlook.com;
    luizfernandogibbert@hotmail.com e bruna_franciely.96@hotmail.com
  • ² Mestrando Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), Alta Floresta/MT.
    lara.alvesoliveira@hotmail.com
  • ³ Professor da Faculdade de Ciências Biológicas e Agrárias (UNEMAT), Alta Floresta/MT.
    tiago.c4@hotmail.com

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